segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Em vinte minutos de trágica conversa a palavra destino foi usada doze vezes e a palavra amizade nove. O meu nome foi pronunciado mais de quarenta vezes, o teu vinte e quatro, sete delas em vão. A palavra dor foi dita em dezassete ocasiões. Alegria, em oito. A palavra desilusão fez vibrar as nossas cordas vocais seis vezes e a palavra felicidade bateu recordes, cinquenta e três vezes. A palavra vida, no singular e no plural, repetiu-se dezanove vezes. O termo cego fugiu por entre dentes em três ocasiões. A palavra deixar, nas suas diversas construções, em doze. As palavras solidão e abandono, coração e aperto, foram ditas por catorze custosas vezes. Expressões como «preciso de ti» e «fica comigo» queimaram as nossas gargantas em ânsias desesperadas um sem número de vezes. As palavras olhos, mãos, boca, sonho vinte e nove. Depois o silêncio.

a.r.T.