terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Festas Felizes


Desejos a todos Festas Felizes e um Natal acima de tudo cheio de saude e boa disposição ;) um Abraço sincero

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Anime ou Anima-te


Hoje constato que não fui ou quis ser um "jovem revolucionário/comunista". Mas sou forçado a concluir que posso não ter tido assim tanto mérito nessa posição como à partida era levado a pensar. Não sei o que teria sido de mim se tivesse tido outro horário escolar e não tivesse tido tempo para ver aqueles desenhos animados que mudaram a minha vida para sempre. Poderia eu, ao ter sido comunista, possuir imensas referências comuns aos demais mortais da minha geração, qui ça? Se a principio tudo isso me passou ao lado, agora possuo mais dados e compreendo que ao não ter vivenciado as virtudes e defeitos do comunismo, como tal, hoje resulto assim. Foram poucos os meus conhecidos que passaram por essa ideologia e desses apenas alguns nunca a conseguiram deixar.

Querendo eu com isso dizer que, da mesma forma que algumas pessoas ainda hoje insistem em usar roupas, ou seja lá o que for, de tremendo mau gosto, no fundo se resume apenas a aceitar que o gosto dos outros é deles e não tem de ser nosso. A ideologia comunista já viu melhores dias e lá por estar fora de moda hoje em dia não deixa de fazer sentido para todos aqueles que a assimilaram ou a adoptaram como sua. O ganho é quase nulo em tentar combater o gosto ou escolhas desses indivíduos, cujo protagonismo cresce se houver quem os combata ou ache que a retórica é por si só uma mais valia. Mesmo sendo isso o que geralmente acontece, constato que esses combates ou conflitos não criam mais do que um ganho em favor do vazio de conteúdo expresso. Ora, para mim não é uma boa ideia deixá-los fazer livremente o que desejam. É que nem todos os choques ou embates criam um reforço no sistema ou o tornam mais capaz de se defender para futuras colisões, alguns acabam mesmo por destruir as suas defesas ou então distorcer a questão, colocando tudo a um nível pessoal e ambíguo como o seu interluctor.

Aceito, agora, que talvez o comunismo nunca possa ter sido capaz de se aproximar de mim ao ponto de me contagiar? Ou não me ter escolhido para preencher as suas escassas fileiras? Talvez isso se prenda, de alguma forma, com o facto de eu nunca ter desenvolvido curiosidade sobre o seu conteúdo. Somos entre outras coisas vítima das circunstâncias e da nossa curiosidade. E se ao ter sido jovem passei forçosamente por um determinado grau de inconsciência, que permitiu dar maior liberdade às minhas curiosidades, não é presiso ser um génio para sentir que há caminhos que não vale apena tomar. Não me livro, no entanto, de sentir que fui abençoado pelos Deuses em nunca ter ido nessa direcção e ter feito os meus erros como todos os demais.

Todas estas ideias surgiram quando há momentos a trás me foi dado a recordar no youtube uns videos de uns desenhos animados que via com maior apego na minha juventude - e que me sinto livre de interpretar agora sem apelo nem agravo. Foi a música do genérico inicial que, após uma pequena pesquisa, me levou a compreender que evitou ou reforçou as minhas defesas contra o mal vermelho. Pena não ter evitado também a febre amarela! A letra em Japonês era-me totalmente impossível de compreender mas, no entanto, foi fácil compreender que havia uma mensagem subliminar na melodia e letra desses desenhos animados e que os seus condicionantes ainda hoje vigoram em mim activos com as devidas actualizações - indo já na versão 6.08. Daí se explicar em mim um enorme conjuntos de elementos comportamentais que passam, precisamente, por eu ter sido fan dos Mangas, Animes e video-jogos entre outras coisas e que agora fazem muito mais sentido para compreender os meus gostos.

P.S "para os leigos" Post Script e não Partido Socialista (risos estou a provocar...)


Aqui vai um exerto da letra com a tradução livre :

Saraba chikyuu yo tabidatsu fune wa / Say Farewell to Earth if you vote de Red Party
uchuu senkan YAMATO/ As the wise Yamato would say
uchuu no kanata ISUKANDARU e / Better fly away some place fare
unmei seoi ima tobidatsu/ at the end of the cosmos, and face any fate.
kanarazu koko e kaette kuruto/ We will come back, no matter what it takes
te wo furu hito ni egao de kotae/Answer with a smile to the waving people and never vote Red
A.r.t.

sábado, 13 de dezembro de 2008


Ser todo em toda a parte
Contar todas as estrelas e
Tocar-lhes no ventre
Exprimir a totalidade da 
Espontaneidade de todas 
as coisas
Como se a verdade pudesse-se 
sentir
Tocar o limite do mundo e 
Sentir o infinito


a.r.T.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A arte de esquivar a agir


Tenho o terrível hábito de tudo deixar inacabado. Acredito, não sei por que alma, que a vida é tanto melhor quanto mais deixarmos que nos conduza. Não fazer nada para que aconteça tudo o que deve acontecer. Sempre que me proponho a fazer algo, uma louca cegueira invade-me e impede-me de concretizar. Nunca encontrei argumentos senão para a inércia. Este simples texto, por exemplo, foi interrompido um sem número de vezes. Perco-me a olhar para ontem. Até o amanhã é ontem às vezes. Todos os dias a desídia e a demanda travam dentro de mim uma batalha incessante e, sem fim à vista, eu suspiro de esperança pelo triunfo da concretização. Esforço-me, tento aplicar-me, mas habita o meu viver na negação individual do esforço. Sou a minha própria negação, o algoz da minha própria vontade. A vontade nasce e logo fenece como o orvalho da manhã. A caneca do café aqui poisada ao lado. Os retratos da família. Uma mosca que esvoaça perdida. O ponteiro dos segundos. Tic-tac, tic-tac, tic-tac. E o meu olhar perde-se turvo num pequeno ponto indefinido da parede do meu quarto. Esta espécie de momento pré-qualquer-coisa deixa-me a pensar no interior de uma impossibilidade. Nem razão nem lógica. Tomo as acções para dentro de mim e é lá que dou os passos da minha irrequietude. Tudo deixo inacabado e tudo isto pesa.

«Abicador, eis o que sou!»


a.r.T.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008



















Na areia junto
às estrelas...


a.r.T.

«Nunca houve esta hora, nem esta luz...»



Em noites de insónia erro pelas ruas nocturnas de Lisboa à procura de lume que alimente o meu sonhar. Mas na cidade adormecida tudo descansa em quietude: ninguém que se mova pelas ruas, as luzes apagadas, o imperador-silêncio. Nos vazios que se abrem entre as frontarias o rio corre cheio e delicado silenciosamente. Em passos perdidos, cego a tudo o que me rodeia, deixo a minha imaginação dar uma dimensão-outra à escuridão. Sombras dançantes, informes impressões, vislumbres fugitivos, gestos vacilantes tementes de uma existência metafísica.

A noite mergulhada num mar de escuridão silenciosa e sem ondas, é inesperadamente sacudida pelo clarão cru de um candeeiro de rua que tinge o basalto dormente em tons acobreados. A luz dá às minhas sombras proporções menos assustadoras. Agora, mais calmo e sossegado, consigo contemplar as casas de uma brancura de ossadas sob o luar e espreitar o Tejo absorvendo todas as correntes até se tornarem uma única no mar. Ao olhar os telhados vejo os encadeamentos invisíveis, o traço essencial de uma expressão de bonomia.

Sobressalto, abro os olhos e desperto. Os primeiros pálidos alvores da madrugada começam a romper por entre as portadas da minha janela. Debruçando-me para espreitar pelos vidros como se procurasse a cidade fugida fico cego pela luz diáfana que se espalha pelo horizonte. Num cansaço de pálpebras suspiro e evoco a cidade que vive no meu quarto. E o rio, ali, atrás daquela parede...


a.r.T.

Seja qual for o conselho que vais dar a ti mesmo, se breve


Não acho que essa ideia de ser prudente e pensar tudo aquilo que se diz, seja algo assim tão benéfico como tantos salientam constantemente. E ainda para mais, encontro-me muito satisfeito no exercício dos meus Lapsos e das suas Deformações. Estas particularidades que tenho como partes conseguidas e concretizadas do meu Todo são muito valiosas para mim, e embora tenha dificuldade em as compreender ou limitar quanto aos seus reais contornos ou mesmo dimensões, não abdico de as exercitar ou exprimir quer pelas minhas acções ou pensamento conscientemente, e espero poder preservar a sua fugaz existência. Por vezes é de forma menos recalcada ou menos formatada que o faço, mas saliento o menos pois não creio poder conscientemente dizer que o faça livre desses grilhões que sobre todos nós pairam a todo o momento.

Dou por mim às vezes com o intuito ou intenção de apreender alguma das suas manifestações, e tal e qual "a caça aos gambuzinos " muitas vezes encerro em si o tudo ou nada com o qual às vezes pretendemos encher seja lá o que for que nos é dado, ou simplesmente está mais à mão. E ao andar mais esse um pouco tenho tempo para ver outras coisas. Andar faz, efectivamente, bem, mas não anseio ir muito mais além nessas cruzadas. A tendência ou o sentido dado constantemente a tudo o que flui dos nossos processos psíquicos, deixa-me por vezes com um sabor amargo na boca e vejo esta falta de prudência / cuspidelas, que assumo e que já não procuro tanto evitar, ou que já não se resumem a simples episódios ou reflexos de uma procura em que o atenuar esse infortúnio de viver sobre uma prensa, possa de alguma forma ser disfarçado. Nem mesmo com uma pastilha de mentol extra-forte, resumo esse mascar constante que nos impomos, como um mascar que um qualquer ruminante que ao andar por aí ande perdido ou por se encontrar, e se vá entretendo nas suas ideias com aquilo que sai de si em vez de prestar mais atenção aquilo que constantemente vai entrando, e que de modo mais ou menos óbvio ou possível de constatar imediatamente nos vai modelando. Prefiro cuspir para o chão mesmo quando não é o mais correcto, e cuspo porque cuspir é sem duvida algo que é preciso nos dias de hoje e até digo que as vezes gostaria de poder cuspir mas era em certas maneiras de estar e ser e não para o chão como antigamente se fazia de peito aberto em sinal de desafio. Não digo que seja bonito, mas antes isso a cultivar um modelo que não acredito como sendo meu e que até vejo como sendo de ninguém. E por isso recorro mesmo à velha máxima "não vou engolir esta porra". Bem sei como a nossa língua portuguesa é interessante, mas espero que todos os nossos irmãos brasileiros saibam que sentido dar à expressão precedente.

Quero manifestar expressamente que para mim se há coisas importantes de preservar, uma delas é, seguramente, podermos ser o que somos independentemente de como nos possam caracterizar, e esse exercício de ser melhor ou pior ou mais ou menos, para mim não passa de uma grelha de grau, por isso vou continuando a gritar: - Viva a liberdade de fugir às fórmulas, sejam elas quais forem, nem que seja porque ainda há muito para se encontrar fruto dos nossos erros e gralhas.


*Cit: Horácio Roma Antiga[AC-65-/AC-8]


A.r.t.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008


 
















A luz que vem de ti 
Queima-me o medo de
ser feliz!

a.r.T.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008


Sem chuva não há arco-íris!

a.r.T.

terça-feira, 25 de novembro de 2008


Hoje acordei diferente.
Não sei se o mesmo se outro,
Mas definitivamente diferente.
Abri os olhos e tudo era diverso.

a.r.T.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

LX MMVIII



Perco-me nas ruas movimentadas de Lisboa. Ruas cheias de vultos invisíveis, de gente de aspecto flutuante, de nódoas de movimento.

E quando dou por mim estou sozinho, sem pressa, em ruas e ruelas tortuosas, sinuosas, abstrusas, confusas profundamente entregue ao devaneio… Ruas que murmuram alguma coisa, que falam de si mesmas e transmitem uma sensação de intimidade. Janelas largamente abertas para os passantes, telhados de deliciosos e perfeitos desequilíbrios, o rio presente nas fachadas despejando luz, roupa estendida debruçando-se agitadamente ao ritmo do vento. No alto, estranhas nuvens ameaçam a minha quietude. Continuo. O chão polido de uma alvura enegrecida. Paredes de uma cor indefinida, difícil de determinar, perturbadas por cicatrizes de tanto sofrer. No ar misturam-se os aromas do alecrim e da maresia. O som longínquo da cidade a vibrar.


Mas isto dura um instante. As nuvens que cobrem o céu, emprestando um tom cinza que deixa a cidade mais triste, depressa despejam uma chuva torrencial que com grande furor me retira do meu encantamento. O bater de portas e janelas, o ranger dos passos sobre a calçada molhada. Refugio-me num café próximo. Sento-me numa mesa junto da vitrina e fico a observar, lá fora, gente encharcada, roupa molhada, corpos fugidios e a dança embriagada dos chapéus-de-chuva. Minutos, horas quem sabe, se passam e eu distraído a ver a água que corre dos algerozes directamente para os degraus de uma rua estreita. E eis que a cortina de chuva que caía começa a aliviar diante dos meus olhos. Toma lugar, então, um jogo de crianças: o Sol volta para logo tornar a desaparecer, e assim, numa cadência incerta, vai-se extinguindo e renascendo no meio de nuvens imponderavelmente ameaçadoras. Sai vitorioso o Sol que regressa, debruando de branco, numa luz constante, as paredes chorosas de uma cidade esquecida.

Lá fora ainda se ouvem os estalidos das gotas a cair dos telhados e eu sigo a chapinhar para me perder outra vez. Por entre uma porta aberta para a rua vislumbro uma senhora pesada, de alma aparentemente triste, que, antes que o marido chegue do trabalho, põe a mesa para o jantar. Mais à frente, um velho sentado à espera do fim num banco e que se perturba sob o meu olhar vazio. Oiço o passo de crianças que correm sem se desviar das poças de água, e de braços erguidos no ar gritam, desaparecendo tão rapidamente como surgiram. Por trás de um balcão, um comerciante impaciente, cinzento, que fala em voz baixa, serve copos de vinho tinto a cúmplices de conversas que o sorvem em longos tragos. Os pombos que saltitam pelas ruas, arrulhando e debicando as côdeas de pão, agora amolecido, plantadas durante a manhã. Ao longe admiro uma silhueta a desaparecer à medida que desce as escadas, as pernas primeiro, depois o tronco e por fim a cabeça…

Reparo no Sol a preparar-se para mergulhar no rio e desaparecer. Numa pressa desenfreada, antes que se quedem os últimos raios de sol mortiço, dirijo-me para o alto e, assim, contemplando com admiração a cidade pintada de poentes dourados que se entende a meus pés e que lentamente se esbate no ocaso, sou feliz. Tanto me basta, cidade amada.

...

a.r.T.





Vem ao meu encontro e deixa-te ficar...

a.r.T.




domingo, 16 de novembro de 2008

Abraços em Paz


Um abraço enche o peito de quem o dá de paz como um gás raro que nos apraz.

A.r.t.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

The best love is self love (parte II)


É verdade… o ser humano é complicado por natureza… e muitas vezes cria para, um dia mais tarde - por vezes demasiado tarde - perceber que o que criou simplesmente o serviu para alimentar o ego. Será este tal amor mais uma das nossas “criações”? Ou será apenas um “bug” que veio com o fardo da racionalidade? Falo, claro, desse “amor” que "de repente" nutrimos por alguém e que como que nos suga tudo para além de si mesmo, qual parasita. Mas para onde vai tudo o resto? Aquelas coisas que em tempos nos diziam tanto, nos faziam sorrir ou ter esperança e sonhar? E porque é que muitas vezes precisamos bater com a cabeça na parede e ver que o destino que colocámos nesse sentimento não passou de uma ilusão para voltarmos a procurar encontrarmo-nos num mundo para além deste sentimento? Porque não se questionam as pessoas disto? (Ou porque não o conseguem fazer?) Que maior desperdício poderá haver do que o daquele que, por carência ou “preguiça mental”, se desprende de tudo o resto que a vida tem para lhe oferecer? Quando desafiamos estes nossos preconceitos, o nosso ego - qual veneno ou ditador - e percebemos que há muito para alem dele?...

Já se inventaram políticas coerentes na esperança de moderar tantos vícios e males da sociedade…porque não inventá-las também para este potencial “estrangulador” de vidas? À semelhança do tabaco e afins (que pode ser muito reconfortante mas que inevitavelmente terá um preço, todos o sabemos…), poderiam espalhar “outdoors” pelas cidades a confrontar a população com aquilo que sabe mas não quer ver. Por exemplo: “O excesso de “amor” provoca danos irreparáveis na sua vida a médio/longo prazo”. Ou mesmo “Aumenta substancialmente o risco de demência ou de enfarte do miocárdio”. Mesmo que ignorada, como as restantes similares campanhas, ao menos não se podia dizer que ninguém tinha avisado. E se ao menos tocasse uma pessoa…! Mas não… para muitos continua ser o sonho de qualquer Homem que se preze, a derradeira recompensa de se estar vivo. Acho que está na hora de deixarmos de depender do espelho do outro para nos vermos e para vermos que, por maior que seja a importância de alguém que se cruze na nossa vida, por melhor que seja construir e partilhar algo com essa pessoa, existe um sem numero de oportunidades não menos virtuosas para além desta, existe sempre algo maior para merecer todo esse fascínio e dedicação. A nossa própria vida. E quando digo “a nossa vida” faço questão de destacar todos aqueles que também sabem reconhecer que a grande realização nesta passa pelo próximo. Investir tudo o que somos e temos para dar apenas numa pessoa, esperando daí colher os melhores frutos, é o princípio de um mau investimento. Está na altura de desmistificar esta forma de sentimento, que para mim muitas vezes apenas mascara uma forma de egoísmo. Abraços.

a.R.t.

domingo, 9 de novembro de 2008

Most of all yeah most of all i like the move...


Num Jamaica apinhado de pessoal, que não se sentindo nada constrangido com os constantes contactos voluntário/involuntário, ditados por olhares cúmplices e corpos suados, próprios de uma discoteca que vibra e transpira sonoridades passadas, mas sempre presentes- e que a bem da verdade sempre soube manter como parte da sua identidade, ainda hoje dá sinais de uma vitalidade fora do comum nesses meios. As constantes cacafonias a que todos nós nos sujeitamos e que ditam uma constantes actualizações da playlist no nosso favorite media player, o Jamaica nunca tendo deixado o rótulo de uma certa marginalidade, um pouco devido à sua localização geografica e frequências, torna-se parte do imaginário colectivo de qualquer notivago que se prese da noite de Lisboa como uma referência incontornavel.

Se por si só uma ida a essas latitudes obriga a um certo estado de espirito, pois tal como entrar numa via de sentido único, o melhor mesmo é continuar a andar ou arrepiar caminho rapidamente. Nada como ter presente mais está alternativa as intermináveis filas do mainstream e repetidos ruídos de fundo que nem ouso nomear.

Um pequeno aparte. Será de se constatar que quer nas capas dos jornais, passando pela aberturas dos noticiarios ou mesmo de um qualquer site com pretenções mais generalistas. De ha um já longo tempo para cá, o que tem vindo a ganhar mais espaço de cobertura passa por esse denominador comum que dá pelos nomes de: Guerras ou outra qualquer forma de miseria Humana que assolam este e o outro Mundo. Não deixando de ter esse estar beem presente, a nossa realidade informativa e o impacto da mesma na nossa, faz com que eu ganhe uma certa aversão a essa certa forma de agressão que hoje vigora impunemente. Sim porque para mim isso é uma forma de agressão. E não consigo ser capaz de reconheçer as virtudes desses "choques" que não serão de forma alguma actos inconscientes ou involuntarios a que esses mesmo orgãos nos sujeitam, em relação ao papel que em principio se deveriam ter propor desenvolver mas que vejo constantemente desvirtuarem, e ainda para mais podendo depois mesmo ouvir-los alegar que foram ao encontro daquilo que verdadeiramene é informar ou mesmo nunca terem violado esses mesmos conteudos, esse cumulo para mim coloca-os ao mesmo nivel que os conteudos que expressam, os tais que são tão miseraveis que se tornam naquilo que relatam e talvez eles tambem devam sublinhar que passaram a ser um produto comercial, pelo menos de alguma forma e que ao terem um alvo. Ganham contornos dessa mesma massas a que se destinam as suas informações. Se isso iria fazer muita gente ficar ainda mais tempo a frente de um espelho a reparar nas rugas em vez de procurar olhar dentro dos olhos do seu reflexo aquilo que acho que de alguma forma anda perdido ? Não sei... Concluindo, constato que em certos espaços que nós são comuns e onde quer devido as frequências que os povoam, quer a frequência dessas mesmas frequências desses alguns, todos nós somos sujeitos a essa antiga forma de tortura que é o gosto dos outros e que tantas vitimas faz diáriamente.

Um pequeno Rewind em relação a noite, há sempre aquelas que sabem dançar melhor do que as outras e Aquela que dança de uma maneira que nos capta e fixa o olhar.

A.r.t.

sábado, 8 de novembro de 2008

Bate leve levemente... ou nem tanto assim...


Era cotovia ou perdiz ?

Num Instante


Que tamanho pode ter a noite? Um cigarro que queima esquecido num cinzeiro. Um copo vazio tombado. Imensa. Um amor sonhado realidade que estiola e confunde-se com o fumo do cigarro. Devaneios que esvoaçam ao mais leve sopro. Enorme. Visões fugitivas, alma ansiosa, lucilações malabares. A noite. Olhar perdido no indefinido. Interminável. O gotejar de lágrimas esquivas que se espalham pelos suspiros do amor perdido. Copo cheio. Anseios reduzidos ao óxido da sua própria armação. Um frágil ser. Frágil de ser. Excessiva. Sensações aprisionadas. Portas fechadas. Copo vazio. Um séquito informe de pensamentos feéricos e desejos irrealizáveis. Outro cigarro. Dança descompassada nos lençóis da cama. Horas exaustas. Olhos cerrados, sentidos entorpecidos, pensamento sem rumo.

E enfim a alvorada. Esta noite teria um fim...

a.r.T.

«Ainda aqui estou e já me estás a falar de amanhã!»

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

"Aborregar"


Todos os espíritos que por aí vagueiam e que não revelam algum grau de ansiedade têm o condão ou de me irritar ou de me aborrecer profundamente. E quando digo profundamente é desde o animal que vive em mim até qualquer dimensão de concretização que seja capaz de me definir como parte ou mesmo o todo que sou. E assim, com isto dito, que não fique nenhuma réstia de dúvida no ar, quanto ao como sou pouco tolerante com o próximo quando ele é apenas o anónimo e vago. O outro que se resume a todos e a ninguém é deveras capaz de despertar em mim o lado negro, aquele buraco negro que existe no universo, e que quando lhe dou liberdade de expressão é capaz de engolir tudo o resto ou então, subverter tudo à sua vontade. Quando me dou ao luxo de o expressar melhor essa veia ou parte ou seja lá aquilo que for, é quando estou dentro dessa realidade virtual a que muitos chamam de video-jogos - e digamos sem modéstia que sou um velho conhecido dessa realidade, a qual me foi sempre próxima desde os velhos 48K até às actuais consolas de última geração. O que é concretizado ao vivenciar essas tecnologias e as suas formas derradeira que são os video-jogos em muito supera aquilo que a minha realidade me permite concretizar de tão louco.

A realidade é bem mais ampla que qualquer coisa Imaginada, no entanto eu nesse “aborregamento” que é jogar um jogo, já passei muito tempo sozinho e acompanhado a fazer coisas que a bem da paciência alheia só mesmo os demais, que tendo isso como lugar comum podem fazer uma pequena ideia. Encontro nesse pequeno e colorido mundo onde estou sempre de passagem e onde as liberdade fundamentais são ainda muito limitadas, um todo muito funcional. Tal ideia de realidade se passada para o plano concreto, iria destruir-me o corpo e a alma em dois tempos e se eu por algum azar me encontra-se nesse sitio tempo suficiente para ser mordido pelas melgas em vez de doar o meu corpo à ciência, como o falecido Badaró, deveria ainda vivo ser dado a comer aos crocodilos do Tejo se é que ainda há algum vivo, enfim... de volta ao main stream das ideias, aquilo que me levou a falar desta relação que tenho com os video-jogos e que é simplesmente é algo onde me sabe bem passear, mas nunca ficar pois se qualquer um de nós reconhece o gosto que há em nos refugiarmos numa qualquer ficção aqui e ali á quando de um qualquer momento onde há tempo para algo mais do que o necessário, tal por vezes é excedido em muito, infelizmente posso até dizer. Acho que hoje essa realidade que há até quem diga que já é em muito superior à indústria do cinema ou música quer em dimensão económica ou em seguidores, contrasta com o que continuam os velhos do Restelo a considerar uma coisa de miúdos, venho por isso dizer baixinho que não é preciso queimar os livros e as suas histórias ou os dvds ou cds só porque hoje tudo isso e muito mais se encontra presente e concretizado de forma muito razoável nos jogos, mas e que tal reconhecer a importância que hoje ocupa na nossa vida e sociedade como fenómeno recente?

A meu ver está de tal forma tão bem conseguido a adesão a "mama pela calada" que consegue dar aos seus utilizadores mais ferramentas para esta crescente alienação e “aborregamento” colectivo que qualquer oscar ou grammy ou seja lá o que for que hoje se procure reforçar com os Nobel e companhia mas que a meu ver não passam dos fluidos ejaculados pelas suas indústrias e que servem para lubrificar alguns que por ai andam. Ainda bem que não há estudos divulgados sobre o quão aliciante se pode tornar uma realidade mesmo que virtual sobre o efeito de certas substâncias pois, mesmo em tom de nota final, haveria muitos inscritos nesses opiários a juntar aos que já se “aborregaram” em funções que parecendo muito mais construtivas resultam no mesmo. GAME OVER , wait, insert another coin.

A.r.t.

Desasossego do dia...


Uma pergunta que me tira noites de sono há vários anos, devo confessar… Qual o sentido de letras GARRAFAIS no acesso e saída do estacionamento desse prezado estabelecimento comercial, de seu nome corte inglês, a dizer, respectivamente, ENTRADA e SAÍDA..? Repetidamente…? É para nos guiar num momento de hesitação?! É para todos aqueles que sofrem de ahlzeimer e decidiram ir "pegar um cineminha" mas se esqueceram subitamente do que ali faziam a meio desse extenso troço? Será para criaturas que foram teleportadas para ali de repente e estão a entrar em pânico sem saber o que fazer? Ou será, quiçá, para todos aqueles cujo excessivo consumo de drogas psicotrópicas os leva a imaginarem outras saídas que não a ÓBVIA e estão a lutar para conseguirem cingir-se a ir “em frente”..? Eles lá saberão....

Fica no ar entao esta questão que tanto me tem atormentado…. Greetings.

a.R.t.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

The best love is self love (parte I)


Olho à minha volta e todos o procuram, qual pedra sagrada, paraíso prometido. Talvez seja das questões mais delicadas para a compreensão humana, e daí tão difícil discutir/reflectir sobre a mesma…e chegar a alguma conclusão. Talvez seja prepotência ou ingenuidade minha pensar que posso dissertar a seu respeito…e com isso acrescentar-lhe algo, mas não podia deixar de começar esta saga de devaneios cibernáuticos por me render a esse tão grande lugar-comum/cliché de todo o pseudo-artista/sentimentaloide que se preze…e falar…do amor. Uhhh... Neste caso com “a” minúsculo visto não se tratar daquele sentimento inato que temos, por exemplo, por um pai ou irmão. Sejamos objectivos, pragmáticos: precisamos sentir-nos importantes para alguém. Mais do que importar para alguém. Pode parecer a mesma coisa mas na realidade apenas lidamos com a percepção que temos desse mesmo “conceito”…em último caso podemos ser como o ar que se respira para alguém mas se não tivermos percepção disso – segundo um qualquer padrão que temos como predefinido para o “importar” - então de pouco ou nada vale. Mas porquê buscar esse reconhecimento da nossa existência, das nossas conquistas ou simplesmente de quem somos, enquanto primatas um pouco mais “civilizados”, nas outras pessoas? Em que passo da nossa evolução enquanto seres sociais/racionais (ou da nossa consciência) isto ganhou forma e se tornou uma realidade? Porque insistimos nesta herança mais cultural do que genética de que existe ou deverá existir algures uma cara-metade ou alma gémea que trará significado à nossa existência? Românticos incondicionais?? (apesar de muitos usarem todo e qualquer subterfúgio para fugir á definição) Ou incondicionalmente estúpidos? Desde quando é que o amor nos traz algum proveito enquanto mecanismo de perpetuação da espécie? Ou mesmo que proveito nos traz enquanto individuos? A paixão ainda se compreende, anos e anos de evolução que culminaram nesse tão famoso e ambicionado "instinto" de sobrevivência que nos põe ali os “sininhos” todos a tocar e a badalar como que a dizer-nos que temos diante de nós um belíssimo “pool” de genes e que nos devemos apressar a fazer filhinhos…isso sim. Compreende-se. Há que ser humilde e aceitar a todo o custo a vontade de Deus Nosso Senhor e melhorar o património genético da espécie para dificuldades vindouras. Agora esse dito amor…nonsense, demasiado vago para tomar a importância que lhe dão. Será isto um sinal de um longo caminho que ainda temos de percorrer até nos podermos realmente intitular de racionais? (Será esse o caminho..?) Por tudo isto , e para já, toca a atingir outro grau de consciência e a reconhecer a inutilidade do dito sentimento. E toca - já agora - o iluminado que o conseguir, de me explicar como o fez. Sff. Abraços

a.R.t

O Jaguadarte


Era briluz. As lesmolisas touvas
Roldavam relviam nos gramilvos.
Estavam mimsicais as pintalouvas,
e os momirratos davam grilvos.

«Foge do Jaguadarte, e o que não morre!
Garra que agarra, bocarra que urra!
Foge da ave Felfel, meu filho , e corre
Do Frumioso Babassurra!»

Ele Arrancou sua espada vorpal
E foi atrás do inimigo do Homundo.
Na árvore Tamtam ele afinal
Parou, um dia, sonilundo.

E equanto estava em sussustada sesta,
Chegou o Jaguardarte, olhos de fogo,
Sorrelfiflando através da floresta,
E borbulia um riso louco!

Um, dois! Um dois! Sua espada mavorta
Vai-vem, Vai-vem, para trás, para diante!
Cabeça fere, corta, e , fera morta,
Ei-lo que volta galufante.

«Pois então tu matas-te o Jaguararte!
Vem aos meus braços, homenino meu!
Oh dia fremular! Bravooh! Bravarte!
Ele se ria jubileu.

Era Briluz. As lesmolisas touvas
Roldavam e relviam nos gramilvos
Estavam mimsicais as pintalouvas,
E os momirratos davam grilvos.

desconheço o autor mas fiquei fan da ideia

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Vertigem do movimento


Sinto a música e ela pede ao momento tudo aquilo que o preenche, que o torna algo mais do que o memorável Big Bang, desde o fechar os olhos até ao mergulho que é mais do que uma vertigem embriagada do momento, um sacar aquilo que ao começar na pista de dança talvez seja até melhor o corpo nem saber onde acaba, tudo o mais atrás numa órbita que nos aproxima a cada aceleração do ponto em que temos mesmo de ser engolido pelo imenso buraco negro e depois sair do outro lado, abrindo os olhos e começando tudo de novo se possível. Cada vez mais fundo e cada vez mais tempo e de preferência até ser consumido até à quinta essência do nosso ser, mais e mais e mais e mais, para que não possamos dizer que não deixamos lá no fundo, todo o nosso suor e sangue e até o que demais somos feitos, estampado e escarrado numa tatoo no fundo do poço para que só quem nos conhece mesmo possa ver e ter essa imagem particular do que somos. Não o momento vivido mas sim o partilhado, as vezes é aquele um para dois que é muito mais do que o tudo para um só.

A.r.t.

Dá um tempo apenas a quem sabe o que quer


Os que sabem o que desejam, tem um sorriso na face e um olhar que até abre portas. Todos os outros têm mesmo é que ganhar um rumo e se forem capazes manterem-se atentos ao que o momento dita e rápidos o bastante para mudar de direcção quando necessário. Talvez, assim, possam vislumbrar algo mais do que o dia a dia a gastar oxigénio e suspiros. É que a vida em cardume dita que, embora seja mais seguro assim estar, passamos muito mais tempo a ser outra coisa que não o peixe que somos e adiamos a nossa concretização. Neste vasto oceano isto de ser cardume não é para todos, uns encaixam bem no papel outros talvez nem consigam deixar de ser peixe mesmo como cardume. E é esse comportamento do indivíduo que, ao se encontrar reproduzido a essa dimensão, acaba por se tornar um lastro pois torna-os lentos e atentos a coisas que já nem lhes dizem respeito, pensam em coisas que já cá não estão e desejam coisas que já não o são. A alienação desta massa disforme quanto às suas partes, embora que funcional e motor da sobrevivência da espécie, mata que se farta o peixe que à forma de uma forma informal nos torna nos nossos maiores predadores desde que há memoria. A memória colectiva não dura nem mesmo 5 segundos e torna tudo outra vez uma questão de dar tempo ao tempo para que as coisas se concretizem, ou nos levando onde queremos ou nos levando para longe daquilo de que fazemos parte.

glub glub e lá se foi mais um dia.

A.r.t.

«O Mundo só é pequeno se visto da Lua. Obrigado por me teres dado a conhecer a Lua.»

a.r.T.

O que faz andar o barco é o vento que nâo se vê


Gostei de ver que ainda há espaço para o querer triunfar sobre esta estagnada maré de realistas funcionais, os quais já me metem nojo de tanto louvar as virtudes de ser terra-a-terra e ao facto de se permitir dar sempre uma finalidade seja ao que for em nome do que tem de ser. O Maquiavelismo acabou no fundo por tingir o tecido da nossa sociedade e o próprio indivíduo de uma fórmula que vai muito mais além de os fins justificarem os meios, pois não nos podemos divorciar das nossas acções nem mesmo quando somos muito inconscientes. Pelo menos é nisso que acredito e se a ideia de acção-reacção concretizou-se em algo, para aqueles que dizem que de intenções está o inferno cheio o dia de hoje é uma coisa Dantesca.

Acreditar em algo tendo ainda força nos braços e uma postura vertical e honrada passa além de uma imagem de marca, é algo que merece mais tempo de antena e expressões concretizadas, com tanta ambiguidade ideológica é necessário ter presente que “o que faz andar o barco é o vento que não se vê mas sente-se."

Está na altura de colocar em checkmate o racionalismo ou o primado da razão. Essa árvore dá bons frutos mas tem de ser posta em causa aqui e ali e não podemos recair numa dieta de apenas um só fruto, pois só dela depender seria algo absurdo. Estamos a ser descuidados com as outras árvores da nossa horta e podemos ter em breve que saldar essa dívida pois se a tecnologia permite pôr o Homem no espaço, é melhor saber que género de Homem é que queremos que vá lá estar, pois nas relações Humanas, e salvaguardados alguns acrescentos no sentido de reconhecer aquilo que as coisas são e passar-lhes a chamar pelo nome ou lhe reconhecer o devido respeito e valor, pouco mais do que isso somos capazes de fazer.

Até aos dias de hoje, ainda estamos para inventar a roda nas relações Humanas e ainda o fogo mal teve tempo para descongelar certas mentalidades que já nos é pedido para ir além do nos considerarmos superiores só porque potencializamos determinadas capacidades, quando no fundo somos pelo menos capazes de reconhecer que estamos muito aquém daquilo que podemos e devemos no que se refere as nossas relações inter-espécie.

Não tarda temos de ser corajosos até para partilhar o sonho ou o sentir, tal é a nossa actual maneira que estamos a lidar com os outros, pede-se Carácter ao Homem que tudo pode.

A.r.t

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Latitudes do Silêncio


«Já escrevi isto amanhã.»

Na impossibilidade de publicar amanhã, antecipo o manifesto:

Quanto vale o silêncio? Aquele momento surdo, aquele momento mágico em que as palavras são mudas, em que tudo é nada.

Eu vivo atormentado porque as pessoas falam, numa torrente de palavras que se acotovelam umas às outras, sem se dar conta do que dizem. Palavras mentirosas exprimindo impossibilidades intimas. Palavras ocas, despidas de sentimentos e cobertas por uma ausência esmagadora de sentido. A assustadora sonoridade das palavras assoreando o silêncio!

No silêncio ninguém mente, ninguém atraiçoa. Alcançar a doce profundidade em que duas pessoas comunicam mais pelo silêncio do que por palavras. Quando se ouvem os dois no mesmo silêncio, como se estivessem ali só para escutar o silêncio um do outro. Ouvir o barulho do sangue correr. E então, através da simplicidade do silêncio, e em patamares sucessivos, há sempre mais para compreender.

...

a.r.T.

Letargia Matinal


A melhor parte da noite é aquela em que o ontem ainda não acabou e ainda é demasiado cedo para o amanhã. Quantas e quantas vezes, ao despertar, nos passa pela cabeça como é vão acordar e levantar da cama. Há dias em que não nos deviamos aventurar a sair debaixo do calor e conforto dos lençois.

Quando fechamos os olhos e, num sono íntimo, sonhamos, sentimo-nos protegidos das garras afiadas da realidade. Nada nos pode tocar. A cama, o nosso reduto, o escape onde nos podemos refugiar e libertar das sujeições da vida diária, cáustica, bafienta, minaz, cruel… sem interesse. Como uma espécie de libertação da pessoa sujeitada, o sonho dá asas à ousadia interior, aos desejos, paixões.

Dormimos e deixamos o inconsciente tomar lugar, o racional ausenta-se e o mundo da fantasia assume o leme, e logo construções incônsias tomam forma, e tudo o que povoa a nossa mente revela-se…

O sono vem baixinho e, inelutavelmente, sem se dar por ele começa o sonho, aquela mistura perfeita entre a quimera e o mistério, entre o devaneio e a inocência, onde somos capazes de tudo: enfrentar, em duelos aparentes, fantasmas e demónios, vencer contendas indomáveis, elevar-nos para um lugar distante, saciar uma volúpia incassável e sermos o centro dum mundo que gira à nossa volta… Ah, ali, onde somos senhores, a escuridão não nos afecta e, mesmo quando sentimos aquele arrepio vertiginoso, sabemos que ao acordarmos estaremos no nosso porto de abrigo, e que para além dele é que está a tormenta, o desassossego. E é então, que desejamos voltar atrás no tempo, regressar àquele mundo, que só nós conhecemos, não mais sair daquele lugar, e de novo acreditar em todos aqueles sonhos.

Hoje é um desses dias. Como dizia Pessoa, «tudo o que dorme é criança de novo.» Hoje quero ser criança. Deixai-me gozar…

a.r.T.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A Lost Monday


Hoje não é possível encontrar seja o que for. Que o que for seja. Se aquilo que eu procuro é não me perder no que agora escrevo, tirar isso de um dia como hoje é tudo o que consigo fazer e nem mesmo agarrado às pérolas que por vezes me são dadas a contemplar me safo. Hoje não me atrevo a ir muito mais além, foi tudo um pouco uma miragem, ou melhor ainda, algo que não passou de uma ideia minha muito distante e vaga e que se talvez eu não tivesse estado acordado nem sequer tinha existido.

Hoje não passei de uma objectiva a tirar pedaços de uma realidade que não consigo revelar. Não me quero esconder de algo que sinto que me anda a predar constantemente. O dia tem esta particularidade para mim, tal como a sombra do Peter Pan, hoje o dia foi autónomo e até posso dizer que em parte me escapou a realizar, queria ter roubado certas coisas dele ou dos que do meu dia fizeram parte mas nem fui capaz, agora queria dar algo ao dia, ou a alguém talvez? Não para compensar ou me sentir melhor, seguramente, mas sim para me dar pois hoje sinto que não me entreguei e talvez o frio lá fora tenha sido o que me tenha mantido dentro da toca - e apenas coube a toca me levar aos lugares onde tinha de estar e ajudar a fazer aquilo que tinha para fazer sem no entanto nada de mim expôr à luz do dia.

Hoje estou dentro do cavalo de Tróia mas como não sei o que fazer, fui dar uma volta e como não vi nenhuma muralha ou fortificação, conquista, estacionei algures e agora vejo que é muito desconfortável viajar neste cavalo e acho melhor mesmo deitar-me pois a dor nas costas é o ponto da situação. Hoje foi assim.

A.r.t.

domingo, 2 de novembro de 2008

Domingo Sound-Track


Just Breathe com Telepopmusik

AR Vinte e três T no Ar

Ainda com o assunto da ultima mensagem a remoer-me a mente começo a noite de Sabado e mesmo depois de ter visto o FCP levar uma tareia e o SCP borra-se todo na sua vitoria, não deixo de sentir que de certa forma a ideia de que a cada um calha muitas vezes muito mais do que lhe é mereçido ou nem sequer parte daquilo que mereçia é muitas vezes como uma bebida forte que podendo ser amarga ou ser o alivio necessario , nunca deixa de ter uma ressaca valente pós momento vivido. O T deve estar a viajar mais rapido do que as minhas ideias na estratosfera mas enfim. Depois de uma certa demora em tomar rumo lá fomos para o Bairro Alto eu e o R tal como dois singulares peregrinos a Meca, mortinho mortinho era a atmosfera que se respirava pouco depois da meia noite e mesmo tendo se animado um pouco as hostes e se composto de forma mais alegorica o figurino o certo foi que as duas da manha estava um mar de gente no Largo do Camões a procura de consulidar um plano B para a noite uma vez que pelos visto a noite passa a ser mais curta no bairro para alivio dos morados e desagrado dos bhoemios e todos aqueles que fazem da noite um negocio altamente rentavel, como ja estava a pairar no ar uma certa bruma a qual talvez devido ao contacto com certas matérias etéreas das quais nos careciam os seus justos seguimentos, rumamos deserto a dentro para ir montar a tendo longe das luzes da cidade que tarda mas não falha arrota do seu profundo interior um conjunto de iniciativas todas elas cativantes para quem acima de tudo ainda procura o que fazer mesmo antes de saber como o fazer, por falar em arrotar não posso deixar em claro o facto de o R ter passado a noite a soltar enormes quantidades de Gás Metano para a atmosfera sem a devida consciencia dos seus efeitos na atmosfera quer presente quer a outra que tanta simpatia hoje disperta em todos nós.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

AR em LX e T em Fortaleza

Pois é o T para pelo Brasil e eu e o R cá perdido algures no Restelo no Careca a beber cariocas e galões e a fazer uso do palavra puxa palavra, e quando damos por nos passamos do, e que direcção dar a este espaço para , como é que é possivel andar tão insatisfeito quando já temos tanto e tão pouco nos pareçe faltar sinceramente. Se é verdade que uma natureza insatisfeita é bem pior do que ter uma relação com uma mulher infeliz não sei, mas ao menos a infelicidade pareçe que entre os seus soluços encontra espaço para de uma forma ou outra ter pausas, agora a insatisfação é que possui deverás caracteristicas que nos trespassam na diagonal o espirito e corpo e o como lidamos com ela é que deverás pareçe ser ainda mais particular, pois se de alguma forma procuramos atraves de uma instrumentalização lhe dar um fim, ela pareçe até disso ser capaz de se livrar e tal como a linha do horizonte que por mais que procuremos evitar está sempre lá a nossa frente e no fim acaba por se tornar uma tortura. Uma cena entretanto saltou a meio desse palavra puxa palavra que foi o facto de as cenas mal resolvidas ou pendentes na nossa vida pareçem as vezes deixar residuos toxicos, e como elementos perturbadores que são, puxam-nos para dentro um grau de consciencia nada agradavel de se viver no momento presente, seja qual for a prespectiva e o momento que possamos os colocar, pois embora acredite que nos faça falta um pouco de sal e pimenta na vida, gostaria muito de ser capaz de minimamente nao repetir uma receita que não funciona e deixar o Ego repetir ou insistir só por não ter sido capaz de compreender que elementos que não devemos ou conjugar ou ter presentes na confecção de uma "refeição". Isto já esta a puxar para o gastronomico pois esta na hora de ir jantare eu já sinto o cheiro do que me espera na cozinha. Nada como depois de um dia relativamente bem passado e produtivo ser recompensado com uma refeição quente e algum conforto, mesmo que com algum elementos ausentes como aquela companhia de que tanto gosto.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Na ART o A

É um Caranguejo com 1.80m de altura mais lineum do que curvo com os seus limitados 72 kilos, com uma maquina zero passada pelo escalpe a qual procura compensar as outras fartas pelusidades que possui distribuidas pelo corpo, dá-se por Coffe Specialist, querendo isso dizer que trabalha em part-time numa loja muito IN a qual vende café e possui como imagem de marca o George Clooney com o qual não tem nenhuma semelhaça diga-se de passagem, bom garfo e por vezes comedido no consumo de toda e qualquer substancias, desde que em boa companhia, tambem é dado a aproveitar o que de melhor a vida tem para dar, será comum encontra-lo a ouvir sonoridade fora do Main Stream, tem uma imagem particular e por vezes cuidada no entanto é por vezes dificil de acompanhar nos raciocinios e é dado a momentos de puro devaneio. Inclui frequentemnte no seu discurso sábias palavras como "prontos", "pipocas" ou mesmo "diz lá isso em italiano". Dado a hábitos territorialistas, este raro primata (a.k.a. "ave rara") não deixa de encontrar a sua plenitude no seio do seu agregado, mesmo que não desempenhando o tão ansiado papel de macho alfa e muito dado a desvios de ortografia na lingua Portuguesa. Passivel de ser encontrado na praia de São Pedro do Estoril e por vezes perdido entre as suas raizes Africanas e o Lux. Futuramente irei tentar acompanhar este especimen e acrescentar algumas outras informações agradeço sujestões...

Na ART o R

É Virgem de signo com 1.77m de altura, um fisico robusto qual Conan, mais curvo que linium e uns impressionantes 70 e muitos kilos. Recém-formado em Biotecnologia, possui uma farta cabeleira e barba que apenas acentuam o seu estado de desempregado inutil de que nada se orgulha. Reconhece que, apesar de um apaixonado pela sua área de especialização, talvez ter-se dedicado à pesca não tivesse sido má ideia. Tem a ilusão que ainda vai conhecer o mundo todo e viver tudo o há para viver. Não se sente confortável com o conceito de se ser mais um tijolo na parede, tarefa que, até ao momento, se tem mostrado - e citando o autor - fodida. O inutil consome enormes quantidade de fumo e comida congelada uma vez que mantem ocupada a casa de uma não tão abastada familia emigrante na Suiça, a qual mantem como refem dos seus sordidos caprichos e devaneios. Não é muito complicado de perceber. Entre os sons e grunhidos que solta aqui e ali é possivel encontrar sinais de uma soberba mente com alguma profundidade analitica não obstante não passar em muitos caso apenas de uma verborreia de palavras. Uma vez que tambem possui uma elevada sensibilidade para a musica possui a particularidade de saber dar uns toques na percursão como alias convem a todo o primata que se preze. Não deixando de ser metrosexual fica no entanto bastante à margem do conceito que hoje facilmente se define como Common Trash. Inquieto e insatisfeito por natureza, como todo o Homem que se preze, procura uma razão para maior parte do que vê à sua volta...ou mesmo do que vê em si. Raramente a encontra. Fácil de encontrar na sua divagação perdido a apanhar sol algures numa praia da Linha em que facilmente incluo São Pedro do Estoril ou eventualmente perdido no Lux tal e qual Ali Baba na caverna dos Ladrões. Pessoa de fácil trato, não deixa por vezes de ser apelidado de forma carinhosa como "besta insuportável". Eis o R da ART. Futuramente irei completar estes dados antropologicos e agradeço contribuições

Na ART o T

É Virgem de signo com 1.79m de altura com um fisico curvilinum uns modesto 72 kilos de peso e uma " farta " cabeleira a esconder alguns sinais de calvice, devido ao excesso de testosterona ou substancias ilicitas, sendo ainda cedo para apurar as causas, anda sempre nas nuvens quando esta a trabalhar uma vez que como comissario de bordo e futuro piloto comercial mas dos que não pertecem ao Main Stream mas sim ao Jet Stream pois o céu é um lugar onde está a vontade, bom garfo e dado a beber como um camelo bem como a ouvir boa musica e aproveitar o melhor que a vida tem para nos dar, não é muito complicado de se compreender, prima ate por uma certa objectividade e cuidado com a lingua e tem uma imagem cuidada nao se podendo confundir com os banais metrosexuais que por ai andam a passear por LX. Distintamente Hominoide, luta por progredir na escala evolutiva revelando-se no entanto, maior parte das vezes, uma luta inglória visto o seu instinto de macaco que é acabar sempre por falar mais alto. Profere frequentemente sons caracteristicos como "arranca pacheco", "estou todo seco" ou "estou com a galga". Facil de encontrar a apanhar sol em São Pedro do Estoril ou a curtir uma noite no Lux. Futuramente irei acrescentar mais dados biograficos e agradeço sujestões...

EHEHEH!!!

Vamos partir isto tudo!!!!