terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Festas Felizes


Desejos a todos Festas Felizes e um Natal acima de tudo cheio de saude e boa disposição ;) um Abraço sincero

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Anime ou Anima-te


Hoje constato que não fui ou quis ser um "jovem revolucionário/comunista". Mas sou forçado a concluir que posso não ter tido assim tanto mérito nessa posição como à partida era levado a pensar. Não sei o que teria sido de mim se tivesse tido outro horário escolar e não tivesse tido tempo para ver aqueles desenhos animados que mudaram a minha vida para sempre. Poderia eu, ao ter sido comunista, possuir imensas referências comuns aos demais mortais da minha geração, qui ça? Se a principio tudo isso me passou ao lado, agora possuo mais dados e compreendo que ao não ter vivenciado as virtudes e defeitos do comunismo, como tal, hoje resulto assim. Foram poucos os meus conhecidos que passaram por essa ideologia e desses apenas alguns nunca a conseguiram deixar.

Querendo eu com isso dizer que, da mesma forma que algumas pessoas ainda hoje insistem em usar roupas, ou seja lá o que for, de tremendo mau gosto, no fundo se resume apenas a aceitar que o gosto dos outros é deles e não tem de ser nosso. A ideologia comunista já viu melhores dias e lá por estar fora de moda hoje em dia não deixa de fazer sentido para todos aqueles que a assimilaram ou a adoptaram como sua. O ganho é quase nulo em tentar combater o gosto ou escolhas desses indivíduos, cujo protagonismo cresce se houver quem os combata ou ache que a retórica é por si só uma mais valia. Mesmo sendo isso o que geralmente acontece, constato que esses combates ou conflitos não criam mais do que um ganho em favor do vazio de conteúdo expresso. Ora, para mim não é uma boa ideia deixá-los fazer livremente o que desejam. É que nem todos os choques ou embates criam um reforço no sistema ou o tornam mais capaz de se defender para futuras colisões, alguns acabam mesmo por destruir as suas defesas ou então distorcer a questão, colocando tudo a um nível pessoal e ambíguo como o seu interluctor.

Aceito, agora, que talvez o comunismo nunca possa ter sido capaz de se aproximar de mim ao ponto de me contagiar? Ou não me ter escolhido para preencher as suas escassas fileiras? Talvez isso se prenda, de alguma forma, com o facto de eu nunca ter desenvolvido curiosidade sobre o seu conteúdo. Somos entre outras coisas vítima das circunstâncias e da nossa curiosidade. E se ao ter sido jovem passei forçosamente por um determinado grau de inconsciência, que permitiu dar maior liberdade às minhas curiosidades, não é presiso ser um génio para sentir que há caminhos que não vale apena tomar. Não me livro, no entanto, de sentir que fui abençoado pelos Deuses em nunca ter ido nessa direcção e ter feito os meus erros como todos os demais.

Todas estas ideias surgiram quando há momentos a trás me foi dado a recordar no youtube uns videos de uns desenhos animados que via com maior apego na minha juventude - e que me sinto livre de interpretar agora sem apelo nem agravo. Foi a música do genérico inicial que, após uma pequena pesquisa, me levou a compreender que evitou ou reforçou as minhas defesas contra o mal vermelho. Pena não ter evitado também a febre amarela! A letra em Japonês era-me totalmente impossível de compreender mas, no entanto, foi fácil compreender que havia uma mensagem subliminar na melodia e letra desses desenhos animados e que os seus condicionantes ainda hoje vigoram em mim activos com as devidas actualizações - indo já na versão 6.08. Daí se explicar em mim um enorme conjuntos de elementos comportamentais que passam, precisamente, por eu ter sido fan dos Mangas, Animes e video-jogos entre outras coisas e que agora fazem muito mais sentido para compreender os meus gostos.

P.S "para os leigos" Post Script e não Partido Socialista (risos estou a provocar...)


Aqui vai um exerto da letra com a tradução livre :

Saraba chikyuu yo tabidatsu fune wa / Say Farewell to Earth if you vote de Red Party
uchuu senkan YAMATO/ As the wise Yamato would say
uchuu no kanata ISUKANDARU e / Better fly away some place fare
unmei seoi ima tobidatsu/ at the end of the cosmos, and face any fate.
kanarazu koko e kaette kuruto/ We will come back, no matter what it takes
te wo furu hito ni egao de kotae/Answer with a smile to the waving people and never vote Red
A.r.t.

sábado, 13 de dezembro de 2008


Ser todo em toda a parte
Contar todas as estrelas e
Tocar-lhes no ventre
Exprimir a totalidade da 
Espontaneidade de todas 
as coisas
Como se a verdade pudesse-se 
sentir
Tocar o limite do mundo e 
Sentir o infinito


a.r.T.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A arte de esquivar a agir


Tenho o terrível hábito de tudo deixar inacabado. Acredito, não sei por que alma, que a vida é tanto melhor quanto mais deixarmos que nos conduza. Não fazer nada para que aconteça tudo o que deve acontecer. Sempre que me proponho a fazer algo, uma louca cegueira invade-me e impede-me de concretizar. Nunca encontrei argumentos senão para a inércia. Este simples texto, por exemplo, foi interrompido um sem número de vezes. Perco-me a olhar para ontem. Até o amanhã é ontem às vezes. Todos os dias a desídia e a demanda travam dentro de mim uma batalha incessante e, sem fim à vista, eu suspiro de esperança pelo triunfo da concretização. Esforço-me, tento aplicar-me, mas habita o meu viver na negação individual do esforço. Sou a minha própria negação, o algoz da minha própria vontade. A vontade nasce e logo fenece como o orvalho da manhã. A caneca do café aqui poisada ao lado. Os retratos da família. Uma mosca que esvoaça perdida. O ponteiro dos segundos. Tic-tac, tic-tac, tic-tac. E o meu olhar perde-se turvo num pequeno ponto indefinido da parede do meu quarto. Esta espécie de momento pré-qualquer-coisa deixa-me a pensar no interior de uma impossibilidade. Nem razão nem lógica. Tomo as acções para dentro de mim e é lá que dou os passos da minha irrequietude. Tudo deixo inacabado e tudo isto pesa.

«Abicador, eis o que sou!»


a.r.T.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008



















Na areia junto
às estrelas...


a.r.T.

«Nunca houve esta hora, nem esta luz...»



Em noites de insónia erro pelas ruas nocturnas de Lisboa à procura de lume que alimente o meu sonhar. Mas na cidade adormecida tudo descansa em quietude: ninguém que se mova pelas ruas, as luzes apagadas, o imperador-silêncio. Nos vazios que se abrem entre as frontarias o rio corre cheio e delicado silenciosamente. Em passos perdidos, cego a tudo o que me rodeia, deixo a minha imaginação dar uma dimensão-outra à escuridão. Sombras dançantes, informes impressões, vislumbres fugitivos, gestos vacilantes tementes de uma existência metafísica.

A noite mergulhada num mar de escuridão silenciosa e sem ondas, é inesperadamente sacudida pelo clarão cru de um candeeiro de rua que tinge o basalto dormente em tons acobreados. A luz dá às minhas sombras proporções menos assustadoras. Agora, mais calmo e sossegado, consigo contemplar as casas de uma brancura de ossadas sob o luar e espreitar o Tejo absorvendo todas as correntes até se tornarem uma única no mar. Ao olhar os telhados vejo os encadeamentos invisíveis, o traço essencial de uma expressão de bonomia.

Sobressalto, abro os olhos e desperto. Os primeiros pálidos alvores da madrugada começam a romper por entre as portadas da minha janela. Debruçando-me para espreitar pelos vidros como se procurasse a cidade fugida fico cego pela luz diáfana que se espalha pelo horizonte. Num cansaço de pálpebras suspiro e evoco a cidade que vive no meu quarto. E o rio, ali, atrás daquela parede...


a.r.T.

Seja qual for o conselho que vais dar a ti mesmo, se breve


Não acho que essa ideia de ser prudente e pensar tudo aquilo que se diz, seja algo assim tão benéfico como tantos salientam constantemente. E ainda para mais, encontro-me muito satisfeito no exercício dos meus Lapsos e das suas Deformações. Estas particularidades que tenho como partes conseguidas e concretizadas do meu Todo são muito valiosas para mim, e embora tenha dificuldade em as compreender ou limitar quanto aos seus reais contornos ou mesmo dimensões, não abdico de as exercitar ou exprimir quer pelas minhas acções ou pensamento conscientemente, e espero poder preservar a sua fugaz existência. Por vezes é de forma menos recalcada ou menos formatada que o faço, mas saliento o menos pois não creio poder conscientemente dizer que o faça livre desses grilhões que sobre todos nós pairam a todo o momento.

Dou por mim às vezes com o intuito ou intenção de apreender alguma das suas manifestações, e tal e qual "a caça aos gambuzinos " muitas vezes encerro em si o tudo ou nada com o qual às vezes pretendemos encher seja lá o que for que nos é dado, ou simplesmente está mais à mão. E ao andar mais esse um pouco tenho tempo para ver outras coisas. Andar faz, efectivamente, bem, mas não anseio ir muito mais além nessas cruzadas. A tendência ou o sentido dado constantemente a tudo o que flui dos nossos processos psíquicos, deixa-me por vezes com um sabor amargo na boca e vejo esta falta de prudência / cuspidelas, que assumo e que já não procuro tanto evitar, ou que já não se resumem a simples episódios ou reflexos de uma procura em que o atenuar esse infortúnio de viver sobre uma prensa, possa de alguma forma ser disfarçado. Nem mesmo com uma pastilha de mentol extra-forte, resumo esse mascar constante que nos impomos, como um mascar que um qualquer ruminante que ao andar por aí ande perdido ou por se encontrar, e se vá entretendo nas suas ideias com aquilo que sai de si em vez de prestar mais atenção aquilo que constantemente vai entrando, e que de modo mais ou menos óbvio ou possível de constatar imediatamente nos vai modelando. Prefiro cuspir para o chão mesmo quando não é o mais correcto, e cuspo porque cuspir é sem duvida algo que é preciso nos dias de hoje e até digo que as vezes gostaria de poder cuspir mas era em certas maneiras de estar e ser e não para o chão como antigamente se fazia de peito aberto em sinal de desafio. Não digo que seja bonito, mas antes isso a cultivar um modelo que não acredito como sendo meu e que até vejo como sendo de ninguém. E por isso recorro mesmo à velha máxima "não vou engolir esta porra". Bem sei como a nossa língua portuguesa é interessante, mas espero que todos os nossos irmãos brasileiros saibam que sentido dar à expressão precedente.

Quero manifestar expressamente que para mim se há coisas importantes de preservar, uma delas é, seguramente, podermos ser o que somos independentemente de como nos possam caracterizar, e esse exercício de ser melhor ou pior ou mais ou menos, para mim não passa de uma grelha de grau, por isso vou continuando a gritar: - Viva a liberdade de fugir às fórmulas, sejam elas quais forem, nem que seja porque ainda há muito para se encontrar fruto dos nossos erros e gralhas.


*Cit: Horácio Roma Antiga[AC-65-/AC-8]


A.r.t.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008


 
















A luz que vem de ti 
Queima-me o medo de
ser feliz!

a.r.T.