terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Anime ou Anima-te


Hoje constato que não fui ou quis ser um "jovem revolucionário/comunista". Mas sou forçado a concluir que posso não ter tido assim tanto mérito nessa posição como à partida era levado a pensar. Não sei o que teria sido de mim se tivesse tido outro horário escolar e não tivesse tido tempo para ver aqueles desenhos animados que mudaram a minha vida para sempre. Poderia eu, ao ter sido comunista, possuir imensas referências comuns aos demais mortais da minha geração, qui ça? Se a principio tudo isso me passou ao lado, agora possuo mais dados e compreendo que ao não ter vivenciado as virtudes e defeitos do comunismo, como tal, hoje resulto assim. Foram poucos os meus conhecidos que passaram por essa ideologia e desses apenas alguns nunca a conseguiram deixar.

Querendo eu com isso dizer que, da mesma forma que algumas pessoas ainda hoje insistem em usar roupas, ou seja lá o que for, de tremendo mau gosto, no fundo se resume apenas a aceitar que o gosto dos outros é deles e não tem de ser nosso. A ideologia comunista já viu melhores dias e lá por estar fora de moda hoje em dia não deixa de fazer sentido para todos aqueles que a assimilaram ou a adoptaram como sua. O ganho é quase nulo em tentar combater o gosto ou escolhas desses indivíduos, cujo protagonismo cresce se houver quem os combata ou ache que a retórica é por si só uma mais valia. Mesmo sendo isso o que geralmente acontece, constato que esses combates ou conflitos não criam mais do que um ganho em favor do vazio de conteúdo expresso. Ora, para mim não é uma boa ideia deixá-los fazer livremente o que desejam. É que nem todos os choques ou embates criam um reforço no sistema ou o tornam mais capaz de se defender para futuras colisões, alguns acabam mesmo por destruir as suas defesas ou então distorcer a questão, colocando tudo a um nível pessoal e ambíguo como o seu interluctor.

Aceito, agora, que talvez o comunismo nunca possa ter sido capaz de se aproximar de mim ao ponto de me contagiar? Ou não me ter escolhido para preencher as suas escassas fileiras? Talvez isso se prenda, de alguma forma, com o facto de eu nunca ter desenvolvido curiosidade sobre o seu conteúdo. Somos entre outras coisas vítima das circunstâncias e da nossa curiosidade. E se ao ter sido jovem passei forçosamente por um determinado grau de inconsciência, que permitiu dar maior liberdade às minhas curiosidades, não é presiso ser um génio para sentir que há caminhos que não vale apena tomar. Não me livro, no entanto, de sentir que fui abençoado pelos Deuses em nunca ter ido nessa direcção e ter feito os meus erros como todos os demais.

Todas estas ideias surgiram quando há momentos a trás me foi dado a recordar no youtube uns videos de uns desenhos animados que via com maior apego na minha juventude - e que me sinto livre de interpretar agora sem apelo nem agravo. Foi a música do genérico inicial que, após uma pequena pesquisa, me levou a compreender que evitou ou reforçou as minhas defesas contra o mal vermelho. Pena não ter evitado também a febre amarela! A letra em Japonês era-me totalmente impossível de compreender mas, no entanto, foi fácil compreender que havia uma mensagem subliminar na melodia e letra desses desenhos animados e que os seus condicionantes ainda hoje vigoram em mim activos com as devidas actualizações - indo já na versão 6.08. Daí se explicar em mim um enorme conjuntos de elementos comportamentais que passam, precisamente, por eu ter sido fan dos Mangas, Animes e video-jogos entre outras coisas e que agora fazem muito mais sentido para compreender os meus gostos.

P.S "para os leigos" Post Script e não Partido Socialista (risos estou a provocar...)


Aqui vai um exerto da letra com a tradução livre :

Saraba chikyuu yo tabidatsu fune wa / Say Farewell to Earth if you vote de Red Party
uchuu senkan YAMATO/ As the wise Yamato would say
uchuu no kanata ISUKANDARU e / Better fly away some place fare
unmei seoi ima tobidatsu/ at the end of the cosmos, and face any fate.
kanarazu koko e kaette kuruto/ We will come back, no matter what it takes
te wo furu hito ni egao de kotae/Answer with a smile to the waving people and never vote Red
A.r.t.

1 comentário:

A.R.T. do Desassossego disse...

PS - Post-Scrit ou Post-Scriptum em Latim, que significa literalmente "escrito depois". Originariamente, indicava algo que julgamos necessário acrescentar a uma carta após o seu encerramento (fecho, assinatura etc). Em Português o termo equivalente é "pós-escrito", uma expressão modernizada encontrada em alguns dicionários. Ainda assim, mantém-se a abreviatura "P.S."

PS- O pai não dura para sempre!