sexta-feira, 28 de novembro de 2008


Sem chuva não há arco-íris!

a.r.T.

terça-feira, 25 de novembro de 2008


Hoje acordei diferente.
Não sei se o mesmo se outro,
Mas definitivamente diferente.
Abri os olhos e tudo era diverso.

a.r.T.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

LX MMVIII



Perco-me nas ruas movimentadas de Lisboa. Ruas cheias de vultos invisíveis, de gente de aspecto flutuante, de nódoas de movimento.

E quando dou por mim estou sozinho, sem pressa, em ruas e ruelas tortuosas, sinuosas, abstrusas, confusas profundamente entregue ao devaneio… Ruas que murmuram alguma coisa, que falam de si mesmas e transmitem uma sensação de intimidade. Janelas largamente abertas para os passantes, telhados de deliciosos e perfeitos desequilíbrios, o rio presente nas fachadas despejando luz, roupa estendida debruçando-se agitadamente ao ritmo do vento. No alto, estranhas nuvens ameaçam a minha quietude. Continuo. O chão polido de uma alvura enegrecida. Paredes de uma cor indefinida, difícil de determinar, perturbadas por cicatrizes de tanto sofrer. No ar misturam-se os aromas do alecrim e da maresia. O som longínquo da cidade a vibrar.


Mas isto dura um instante. As nuvens que cobrem o céu, emprestando um tom cinza que deixa a cidade mais triste, depressa despejam uma chuva torrencial que com grande furor me retira do meu encantamento. O bater de portas e janelas, o ranger dos passos sobre a calçada molhada. Refugio-me num café próximo. Sento-me numa mesa junto da vitrina e fico a observar, lá fora, gente encharcada, roupa molhada, corpos fugidios e a dança embriagada dos chapéus-de-chuva. Minutos, horas quem sabe, se passam e eu distraído a ver a água que corre dos algerozes directamente para os degraus de uma rua estreita. E eis que a cortina de chuva que caía começa a aliviar diante dos meus olhos. Toma lugar, então, um jogo de crianças: o Sol volta para logo tornar a desaparecer, e assim, numa cadência incerta, vai-se extinguindo e renascendo no meio de nuvens imponderavelmente ameaçadoras. Sai vitorioso o Sol que regressa, debruando de branco, numa luz constante, as paredes chorosas de uma cidade esquecida.

Lá fora ainda se ouvem os estalidos das gotas a cair dos telhados e eu sigo a chapinhar para me perder outra vez. Por entre uma porta aberta para a rua vislumbro uma senhora pesada, de alma aparentemente triste, que, antes que o marido chegue do trabalho, põe a mesa para o jantar. Mais à frente, um velho sentado à espera do fim num banco e que se perturba sob o meu olhar vazio. Oiço o passo de crianças que correm sem se desviar das poças de água, e de braços erguidos no ar gritam, desaparecendo tão rapidamente como surgiram. Por trás de um balcão, um comerciante impaciente, cinzento, que fala em voz baixa, serve copos de vinho tinto a cúmplices de conversas que o sorvem em longos tragos. Os pombos que saltitam pelas ruas, arrulhando e debicando as côdeas de pão, agora amolecido, plantadas durante a manhã. Ao longe admiro uma silhueta a desaparecer à medida que desce as escadas, as pernas primeiro, depois o tronco e por fim a cabeça…

Reparo no Sol a preparar-se para mergulhar no rio e desaparecer. Numa pressa desenfreada, antes que se quedem os últimos raios de sol mortiço, dirijo-me para o alto e, assim, contemplando com admiração a cidade pintada de poentes dourados que se entende a meus pés e que lentamente se esbate no ocaso, sou feliz. Tanto me basta, cidade amada.

...

a.r.T.





Vem ao meu encontro e deixa-te ficar...

a.r.T.




domingo, 16 de novembro de 2008

Abraços em Paz


Um abraço enche o peito de quem o dá de paz como um gás raro que nos apraz.

A.r.t.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

The best love is self love (parte II)


É verdade… o ser humano é complicado por natureza… e muitas vezes cria para, um dia mais tarde - por vezes demasiado tarde - perceber que o que criou simplesmente o serviu para alimentar o ego. Será este tal amor mais uma das nossas “criações”? Ou será apenas um “bug” que veio com o fardo da racionalidade? Falo, claro, desse “amor” que "de repente" nutrimos por alguém e que como que nos suga tudo para além de si mesmo, qual parasita. Mas para onde vai tudo o resto? Aquelas coisas que em tempos nos diziam tanto, nos faziam sorrir ou ter esperança e sonhar? E porque é que muitas vezes precisamos bater com a cabeça na parede e ver que o destino que colocámos nesse sentimento não passou de uma ilusão para voltarmos a procurar encontrarmo-nos num mundo para além deste sentimento? Porque não se questionam as pessoas disto? (Ou porque não o conseguem fazer?) Que maior desperdício poderá haver do que o daquele que, por carência ou “preguiça mental”, se desprende de tudo o resto que a vida tem para lhe oferecer? Quando desafiamos estes nossos preconceitos, o nosso ego - qual veneno ou ditador - e percebemos que há muito para alem dele?...

Já se inventaram políticas coerentes na esperança de moderar tantos vícios e males da sociedade…porque não inventá-las também para este potencial “estrangulador” de vidas? À semelhança do tabaco e afins (que pode ser muito reconfortante mas que inevitavelmente terá um preço, todos o sabemos…), poderiam espalhar “outdoors” pelas cidades a confrontar a população com aquilo que sabe mas não quer ver. Por exemplo: “O excesso de “amor” provoca danos irreparáveis na sua vida a médio/longo prazo”. Ou mesmo “Aumenta substancialmente o risco de demência ou de enfarte do miocárdio”. Mesmo que ignorada, como as restantes similares campanhas, ao menos não se podia dizer que ninguém tinha avisado. E se ao menos tocasse uma pessoa…! Mas não… para muitos continua ser o sonho de qualquer Homem que se preze, a derradeira recompensa de se estar vivo. Acho que está na hora de deixarmos de depender do espelho do outro para nos vermos e para vermos que, por maior que seja a importância de alguém que se cruze na nossa vida, por melhor que seja construir e partilhar algo com essa pessoa, existe um sem numero de oportunidades não menos virtuosas para além desta, existe sempre algo maior para merecer todo esse fascínio e dedicação. A nossa própria vida. E quando digo “a nossa vida” faço questão de destacar todos aqueles que também sabem reconhecer que a grande realização nesta passa pelo próximo. Investir tudo o que somos e temos para dar apenas numa pessoa, esperando daí colher os melhores frutos, é o princípio de um mau investimento. Está na altura de desmistificar esta forma de sentimento, que para mim muitas vezes apenas mascara uma forma de egoísmo. Abraços.

a.R.t.

domingo, 9 de novembro de 2008

Most of all yeah most of all i like the move...


Num Jamaica apinhado de pessoal, que não se sentindo nada constrangido com os constantes contactos voluntário/involuntário, ditados por olhares cúmplices e corpos suados, próprios de uma discoteca que vibra e transpira sonoridades passadas, mas sempre presentes- e que a bem da verdade sempre soube manter como parte da sua identidade, ainda hoje dá sinais de uma vitalidade fora do comum nesses meios. As constantes cacafonias a que todos nós nos sujeitamos e que ditam uma constantes actualizações da playlist no nosso favorite media player, o Jamaica nunca tendo deixado o rótulo de uma certa marginalidade, um pouco devido à sua localização geografica e frequências, torna-se parte do imaginário colectivo de qualquer notivago que se prese da noite de Lisboa como uma referência incontornavel.

Se por si só uma ida a essas latitudes obriga a um certo estado de espirito, pois tal como entrar numa via de sentido único, o melhor mesmo é continuar a andar ou arrepiar caminho rapidamente. Nada como ter presente mais está alternativa as intermináveis filas do mainstream e repetidos ruídos de fundo que nem ouso nomear.

Um pequeno aparte. Será de se constatar que quer nas capas dos jornais, passando pela aberturas dos noticiarios ou mesmo de um qualquer site com pretenções mais generalistas. De ha um já longo tempo para cá, o que tem vindo a ganhar mais espaço de cobertura passa por esse denominador comum que dá pelos nomes de: Guerras ou outra qualquer forma de miseria Humana que assolam este e o outro Mundo. Não deixando de ter esse estar beem presente, a nossa realidade informativa e o impacto da mesma na nossa, faz com que eu ganhe uma certa aversão a essa certa forma de agressão que hoje vigora impunemente. Sim porque para mim isso é uma forma de agressão. E não consigo ser capaz de reconheçer as virtudes desses "choques" que não serão de forma alguma actos inconscientes ou involuntarios a que esses mesmo orgãos nos sujeitam, em relação ao papel que em principio se deveriam ter propor desenvolver mas que vejo constantemente desvirtuarem, e ainda para mais podendo depois mesmo ouvir-los alegar que foram ao encontro daquilo que verdadeiramene é informar ou mesmo nunca terem violado esses mesmos conteudos, esse cumulo para mim coloca-os ao mesmo nivel que os conteudos que expressam, os tais que são tão miseraveis que se tornam naquilo que relatam e talvez eles tambem devam sublinhar que passaram a ser um produto comercial, pelo menos de alguma forma e que ao terem um alvo. Ganham contornos dessa mesma massas a que se destinam as suas informações. Se isso iria fazer muita gente ficar ainda mais tempo a frente de um espelho a reparar nas rugas em vez de procurar olhar dentro dos olhos do seu reflexo aquilo que acho que de alguma forma anda perdido ? Não sei... Concluindo, constato que em certos espaços que nós são comuns e onde quer devido as frequências que os povoam, quer a frequência dessas mesmas frequências desses alguns, todos nós somos sujeitos a essa antiga forma de tortura que é o gosto dos outros e que tantas vitimas faz diáriamente.

Um pequeno Rewind em relação a noite, há sempre aquelas que sabem dançar melhor do que as outras e Aquela que dança de uma maneira que nos capta e fixa o olhar.

A.r.t.

sábado, 8 de novembro de 2008

Bate leve levemente... ou nem tanto assim...


Era cotovia ou perdiz ?

Num Instante


Que tamanho pode ter a noite? Um cigarro que queima esquecido num cinzeiro. Um copo vazio tombado. Imensa. Um amor sonhado realidade que estiola e confunde-se com o fumo do cigarro. Devaneios que esvoaçam ao mais leve sopro. Enorme. Visões fugitivas, alma ansiosa, lucilações malabares. A noite. Olhar perdido no indefinido. Interminável. O gotejar de lágrimas esquivas que se espalham pelos suspiros do amor perdido. Copo cheio. Anseios reduzidos ao óxido da sua própria armação. Um frágil ser. Frágil de ser. Excessiva. Sensações aprisionadas. Portas fechadas. Copo vazio. Um séquito informe de pensamentos feéricos e desejos irrealizáveis. Outro cigarro. Dança descompassada nos lençóis da cama. Horas exaustas. Olhos cerrados, sentidos entorpecidos, pensamento sem rumo.

E enfim a alvorada. Esta noite teria um fim...

a.r.T.

«Ainda aqui estou e já me estás a falar de amanhã!»

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

"Aborregar"


Todos os espíritos que por aí vagueiam e que não revelam algum grau de ansiedade têm o condão ou de me irritar ou de me aborrecer profundamente. E quando digo profundamente é desde o animal que vive em mim até qualquer dimensão de concretização que seja capaz de me definir como parte ou mesmo o todo que sou. E assim, com isto dito, que não fique nenhuma réstia de dúvida no ar, quanto ao como sou pouco tolerante com o próximo quando ele é apenas o anónimo e vago. O outro que se resume a todos e a ninguém é deveras capaz de despertar em mim o lado negro, aquele buraco negro que existe no universo, e que quando lhe dou liberdade de expressão é capaz de engolir tudo o resto ou então, subverter tudo à sua vontade. Quando me dou ao luxo de o expressar melhor essa veia ou parte ou seja lá aquilo que for, é quando estou dentro dessa realidade virtual a que muitos chamam de video-jogos - e digamos sem modéstia que sou um velho conhecido dessa realidade, a qual me foi sempre próxima desde os velhos 48K até às actuais consolas de última geração. O que é concretizado ao vivenciar essas tecnologias e as suas formas derradeira que são os video-jogos em muito supera aquilo que a minha realidade me permite concretizar de tão louco.

A realidade é bem mais ampla que qualquer coisa Imaginada, no entanto eu nesse “aborregamento” que é jogar um jogo, já passei muito tempo sozinho e acompanhado a fazer coisas que a bem da paciência alheia só mesmo os demais, que tendo isso como lugar comum podem fazer uma pequena ideia. Encontro nesse pequeno e colorido mundo onde estou sempre de passagem e onde as liberdade fundamentais são ainda muito limitadas, um todo muito funcional. Tal ideia de realidade se passada para o plano concreto, iria destruir-me o corpo e a alma em dois tempos e se eu por algum azar me encontra-se nesse sitio tempo suficiente para ser mordido pelas melgas em vez de doar o meu corpo à ciência, como o falecido Badaró, deveria ainda vivo ser dado a comer aos crocodilos do Tejo se é que ainda há algum vivo, enfim... de volta ao main stream das ideias, aquilo que me levou a falar desta relação que tenho com os video-jogos e que é simplesmente é algo onde me sabe bem passear, mas nunca ficar pois se qualquer um de nós reconhece o gosto que há em nos refugiarmos numa qualquer ficção aqui e ali á quando de um qualquer momento onde há tempo para algo mais do que o necessário, tal por vezes é excedido em muito, infelizmente posso até dizer. Acho que hoje essa realidade que há até quem diga que já é em muito superior à indústria do cinema ou música quer em dimensão económica ou em seguidores, contrasta com o que continuam os velhos do Restelo a considerar uma coisa de miúdos, venho por isso dizer baixinho que não é preciso queimar os livros e as suas histórias ou os dvds ou cds só porque hoje tudo isso e muito mais se encontra presente e concretizado de forma muito razoável nos jogos, mas e que tal reconhecer a importância que hoje ocupa na nossa vida e sociedade como fenómeno recente?

A meu ver está de tal forma tão bem conseguido a adesão a "mama pela calada" que consegue dar aos seus utilizadores mais ferramentas para esta crescente alienação e “aborregamento” colectivo que qualquer oscar ou grammy ou seja lá o que for que hoje se procure reforçar com os Nobel e companhia mas que a meu ver não passam dos fluidos ejaculados pelas suas indústrias e que servem para lubrificar alguns que por ai andam. Ainda bem que não há estudos divulgados sobre o quão aliciante se pode tornar uma realidade mesmo que virtual sobre o efeito de certas substâncias pois, mesmo em tom de nota final, haveria muitos inscritos nesses opiários a juntar aos que já se “aborregaram” em funções que parecendo muito mais construtivas resultam no mesmo. GAME OVER , wait, insert another coin.

A.r.t.

Desasossego do dia...


Uma pergunta que me tira noites de sono há vários anos, devo confessar… Qual o sentido de letras GARRAFAIS no acesso e saída do estacionamento desse prezado estabelecimento comercial, de seu nome corte inglês, a dizer, respectivamente, ENTRADA e SAÍDA..? Repetidamente…? É para nos guiar num momento de hesitação?! É para todos aqueles que sofrem de ahlzeimer e decidiram ir "pegar um cineminha" mas se esqueceram subitamente do que ali faziam a meio desse extenso troço? Será para criaturas que foram teleportadas para ali de repente e estão a entrar em pânico sem saber o que fazer? Ou será, quiçá, para todos aqueles cujo excessivo consumo de drogas psicotrópicas os leva a imaginarem outras saídas que não a ÓBVIA e estão a lutar para conseguirem cingir-se a ir “em frente”..? Eles lá saberão....

Fica no ar entao esta questão que tanto me tem atormentado…. Greetings.

a.R.t.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

The best love is self love (parte I)


Olho à minha volta e todos o procuram, qual pedra sagrada, paraíso prometido. Talvez seja das questões mais delicadas para a compreensão humana, e daí tão difícil discutir/reflectir sobre a mesma…e chegar a alguma conclusão. Talvez seja prepotência ou ingenuidade minha pensar que posso dissertar a seu respeito…e com isso acrescentar-lhe algo, mas não podia deixar de começar esta saga de devaneios cibernáuticos por me render a esse tão grande lugar-comum/cliché de todo o pseudo-artista/sentimentaloide que se preze…e falar…do amor. Uhhh... Neste caso com “a” minúsculo visto não se tratar daquele sentimento inato que temos, por exemplo, por um pai ou irmão. Sejamos objectivos, pragmáticos: precisamos sentir-nos importantes para alguém. Mais do que importar para alguém. Pode parecer a mesma coisa mas na realidade apenas lidamos com a percepção que temos desse mesmo “conceito”…em último caso podemos ser como o ar que se respira para alguém mas se não tivermos percepção disso – segundo um qualquer padrão que temos como predefinido para o “importar” - então de pouco ou nada vale. Mas porquê buscar esse reconhecimento da nossa existência, das nossas conquistas ou simplesmente de quem somos, enquanto primatas um pouco mais “civilizados”, nas outras pessoas? Em que passo da nossa evolução enquanto seres sociais/racionais (ou da nossa consciência) isto ganhou forma e se tornou uma realidade? Porque insistimos nesta herança mais cultural do que genética de que existe ou deverá existir algures uma cara-metade ou alma gémea que trará significado à nossa existência? Românticos incondicionais?? (apesar de muitos usarem todo e qualquer subterfúgio para fugir á definição) Ou incondicionalmente estúpidos? Desde quando é que o amor nos traz algum proveito enquanto mecanismo de perpetuação da espécie? Ou mesmo que proveito nos traz enquanto individuos? A paixão ainda se compreende, anos e anos de evolução que culminaram nesse tão famoso e ambicionado "instinto" de sobrevivência que nos põe ali os “sininhos” todos a tocar e a badalar como que a dizer-nos que temos diante de nós um belíssimo “pool” de genes e que nos devemos apressar a fazer filhinhos…isso sim. Compreende-se. Há que ser humilde e aceitar a todo o custo a vontade de Deus Nosso Senhor e melhorar o património genético da espécie para dificuldades vindouras. Agora esse dito amor…nonsense, demasiado vago para tomar a importância que lhe dão. Será isto um sinal de um longo caminho que ainda temos de percorrer até nos podermos realmente intitular de racionais? (Será esse o caminho..?) Por tudo isto , e para já, toca a atingir outro grau de consciência e a reconhecer a inutilidade do dito sentimento. E toca - já agora - o iluminado que o conseguir, de me explicar como o fez. Sff. Abraços

a.R.t

O Jaguadarte


Era briluz. As lesmolisas touvas
Roldavam relviam nos gramilvos.
Estavam mimsicais as pintalouvas,
e os momirratos davam grilvos.

«Foge do Jaguadarte, e o que não morre!
Garra que agarra, bocarra que urra!
Foge da ave Felfel, meu filho , e corre
Do Frumioso Babassurra!»

Ele Arrancou sua espada vorpal
E foi atrás do inimigo do Homundo.
Na árvore Tamtam ele afinal
Parou, um dia, sonilundo.

E equanto estava em sussustada sesta,
Chegou o Jaguardarte, olhos de fogo,
Sorrelfiflando através da floresta,
E borbulia um riso louco!

Um, dois! Um dois! Sua espada mavorta
Vai-vem, Vai-vem, para trás, para diante!
Cabeça fere, corta, e , fera morta,
Ei-lo que volta galufante.

«Pois então tu matas-te o Jaguararte!
Vem aos meus braços, homenino meu!
Oh dia fremular! Bravooh! Bravarte!
Ele se ria jubileu.

Era Briluz. As lesmolisas touvas
Roldavam e relviam nos gramilvos
Estavam mimsicais as pintalouvas,
E os momirratos davam grilvos.

desconheço o autor mas fiquei fan da ideia

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Vertigem do movimento


Sinto a música e ela pede ao momento tudo aquilo que o preenche, que o torna algo mais do que o memorável Big Bang, desde o fechar os olhos até ao mergulho que é mais do que uma vertigem embriagada do momento, um sacar aquilo que ao começar na pista de dança talvez seja até melhor o corpo nem saber onde acaba, tudo o mais atrás numa órbita que nos aproxima a cada aceleração do ponto em que temos mesmo de ser engolido pelo imenso buraco negro e depois sair do outro lado, abrindo os olhos e começando tudo de novo se possível. Cada vez mais fundo e cada vez mais tempo e de preferência até ser consumido até à quinta essência do nosso ser, mais e mais e mais e mais, para que não possamos dizer que não deixamos lá no fundo, todo o nosso suor e sangue e até o que demais somos feitos, estampado e escarrado numa tatoo no fundo do poço para que só quem nos conhece mesmo possa ver e ter essa imagem particular do que somos. Não o momento vivido mas sim o partilhado, as vezes é aquele um para dois que é muito mais do que o tudo para um só.

A.r.t.

Dá um tempo apenas a quem sabe o que quer


Os que sabem o que desejam, tem um sorriso na face e um olhar que até abre portas. Todos os outros têm mesmo é que ganhar um rumo e se forem capazes manterem-se atentos ao que o momento dita e rápidos o bastante para mudar de direcção quando necessário. Talvez, assim, possam vislumbrar algo mais do que o dia a dia a gastar oxigénio e suspiros. É que a vida em cardume dita que, embora seja mais seguro assim estar, passamos muito mais tempo a ser outra coisa que não o peixe que somos e adiamos a nossa concretização. Neste vasto oceano isto de ser cardume não é para todos, uns encaixam bem no papel outros talvez nem consigam deixar de ser peixe mesmo como cardume. E é esse comportamento do indivíduo que, ao se encontrar reproduzido a essa dimensão, acaba por se tornar um lastro pois torna-os lentos e atentos a coisas que já nem lhes dizem respeito, pensam em coisas que já cá não estão e desejam coisas que já não o são. A alienação desta massa disforme quanto às suas partes, embora que funcional e motor da sobrevivência da espécie, mata que se farta o peixe que à forma de uma forma informal nos torna nos nossos maiores predadores desde que há memoria. A memória colectiva não dura nem mesmo 5 segundos e torna tudo outra vez uma questão de dar tempo ao tempo para que as coisas se concretizem, ou nos levando onde queremos ou nos levando para longe daquilo de que fazemos parte.

glub glub e lá se foi mais um dia.

A.r.t.

«O Mundo só é pequeno se visto da Lua. Obrigado por me teres dado a conhecer a Lua.»

a.r.T.

O que faz andar o barco é o vento que nâo se vê


Gostei de ver que ainda há espaço para o querer triunfar sobre esta estagnada maré de realistas funcionais, os quais já me metem nojo de tanto louvar as virtudes de ser terra-a-terra e ao facto de se permitir dar sempre uma finalidade seja ao que for em nome do que tem de ser. O Maquiavelismo acabou no fundo por tingir o tecido da nossa sociedade e o próprio indivíduo de uma fórmula que vai muito mais além de os fins justificarem os meios, pois não nos podemos divorciar das nossas acções nem mesmo quando somos muito inconscientes. Pelo menos é nisso que acredito e se a ideia de acção-reacção concretizou-se em algo, para aqueles que dizem que de intenções está o inferno cheio o dia de hoje é uma coisa Dantesca.

Acreditar em algo tendo ainda força nos braços e uma postura vertical e honrada passa além de uma imagem de marca, é algo que merece mais tempo de antena e expressões concretizadas, com tanta ambiguidade ideológica é necessário ter presente que “o que faz andar o barco é o vento que não se vê mas sente-se."

Está na altura de colocar em checkmate o racionalismo ou o primado da razão. Essa árvore dá bons frutos mas tem de ser posta em causa aqui e ali e não podemos recair numa dieta de apenas um só fruto, pois só dela depender seria algo absurdo. Estamos a ser descuidados com as outras árvores da nossa horta e podemos ter em breve que saldar essa dívida pois se a tecnologia permite pôr o Homem no espaço, é melhor saber que género de Homem é que queremos que vá lá estar, pois nas relações Humanas, e salvaguardados alguns acrescentos no sentido de reconhecer aquilo que as coisas são e passar-lhes a chamar pelo nome ou lhe reconhecer o devido respeito e valor, pouco mais do que isso somos capazes de fazer.

Até aos dias de hoje, ainda estamos para inventar a roda nas relações Humanas e ainda o fogo mal teve tempo para descongelar certas mentalidades que já nos é pedido para ir além do nos considerarmos superiores só porque potencializamos determinadas capacidades, quando no fundo somos pelo menos capazes de reconhecer que estamos muito aquém daquilo que podemos e devemos no que se refere as nossas relações inter-espécie.

Não tarda temos de ser corajosos até para partilhar o sonho ou o sentir, tal é a nossa actual maneira que estamos a lidar com os outros, pede-se Carácter ao Homem que tudo pode.

A.r.t

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Latitudes do Silêncio


«Já escrevi isto amanhã.»

Na impossibilidade de publicar amanhã, antecipo o manifesto:

Quanto vale o silêncio? Aquele momento surdo, aquele momento mágico em que as palavras são mudas, em que tudo é nada.

Eu vivo atormentado porque as pessoas falam, numa torrente de palavras que se acotovelam umas às outras, sem se dar conta do que dizem. Palavras mentirosas exprimindo impossibilidades intimas. Palavras ocas, despidas de sentimentos e cobertas por uma ausência esmagadora de sentido. A assustadora sonoridade das palavras assoreando o silêncio!

No silêncio ninguém mente, ninguém atraiçoa. Alcançar a doce profundidade em que duas pessoas comunicam mais pelo silêncio do que por palavras. Quando se ouvem os dois no mesmo silêncio, como se estivessem ali só para escutar o silêncio um do outro. Ouvir o barulho do sangue correr. E então, através da simplicidade do silêncio, e em patamares sucessivos, há sempre mais para compreender.

...

a.r.T.

Letargia Matinal


A melhor parte da noite é aquela em que o ontem ainda não acabou e ainda é demasiado cedo para o amanhã. Quantas e quantas vezes, ao despertar, nos passa pela cabeça como é vão acordar e levantar da cama. Há dias em que não nos deviamos aventurar a sair debaixo do calor e conforto dos lençois.

Quando fechamos os olhos e, num sono íntimo, sonhamos, sentimo-nos protegidos das garras afiadas da realidade. Nada nos pode tocar. A cama, o nosso reduto, o escape onde nos podemos refugiar e libertar das sujeições da vida diária, cáustica, bafienta, minaz, cruel… sem interesse. Como uma espécie de libertação da pessoa sujeitada, o sonho dá asas à ousadia interior, aos desejos, paixões.

Dormimos e deixamos o inconsciente tomar lugar, o racional ausenta-se e o mundo da fantasia assume o leme, e logo construções incônsias tomam forma, e tudo o que povoa a nossa mente revela-se…

O sono vem baixinho e, inelutavelmente, sem se dar por ele começa o sonho, aquela mistura perfeita entre a quimera e o mistério, entre o devaneio e a inocência, onde somos capazes de tudo: enfrentar, em duelos aparentes, fantasmas e demónios, vencer contendas indomáveis, elevar-nos para um lugar distante, saciar uma volúpia incassável e sermos o centro dum mundo que gira à nossa volta… Ah, ali, onde somos senhores, a escuridão não nos afecta e, mesmo quando sentimos aquele arrepio vertiginoso, sabemos que ao acordarmos estaremos no nosso porto de abrigo, e que para além dele é que está a tormenta, o desassossego. E é então, que desejamos voltar atrás no tempo, regressar àquele mundo, que só nós conhecemos, não mais sair daquele lugar, e de novo acreditar em todos aqueles sonhos.

Hoje é um desses dias. Como dizia Pessoa, «tudo o que dorme é criança de novo.» Hoje quero ser criança. Deixai-me gozar…

a.r.T.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A Lost Monday


Hoje não é possível encontrar seja o que for. Que o que for seja. Se aquilo que eu procuro é não me perder no que agora escrevo, tirar isso de um dia como hoje é tudo o que consigo fazer e nem mesmo agarrado às pérolas que por vezes me são dadas a contemplar me safo. Hoje não me atrevo a ir muito mais além, foi tudo um pouco uma miragem, ou melhor ainda, algo que não passou de uma ideia minha muito distante e vaga e que se talvez eu não tivesse estado acordado nem sequer tinha existido.

Hoje não passei de uma objectiva a tirar pedaços de uma realidade que não consigo revelar. Não me quero esconder de algo que sinto que me anda a predar constantemente. O dia tem esta particularidade para mim, tal como a sombra do Peter Pan, hoje o dia foi autónomo e até posso dizer que em parte me escapou a realizar, queria ter roubado certas coisas dele ou dos que do meu dia fizeram parte mas nem fui capaz, agora queria dar algo ao dia, ou a alguém talvez? Não para compensar ou me sentir melhor, seguramente, mas sim para me dar pois hoje sinto que não me entreguei e talvez o frio lá fora tenha sido o que me tenha mantido dentro da toca - e apenas coube a toca me levar aos lugares onde tinha de estar e ajudar a fazer aquilo que tinha para fazer sem no entanto nada de mim expôr à luz do dia.

Hoje estou dentro do cavalo de Tróia mas como não sei o que fazer, fui dar uma volta e como não vi nenhuma muralha ou fortificação, conquista, estacionei algures e agora vejo que é muito desconfortável viajar neste cavalo e acho melhor mesmo deitar-me pois a dor nas costas é o ponto da situação. Hoje foi assim.

A.r.t.

domingo, 2 de novembro de 2008

Domingo Sound-Track


Just Breathe com Telepopmusik

AR Vinte e três T no Ar

Ainda com o assunto da ultima mensagem a remoer-me a mente começo a noite de Sabado e mesmo depois de ter visto o FCP levar uma tareia e o SCP borra-se todo na sua vitoria, não deixo de sentir que de certa forma a ideia de que a cada um calha muitas vezes muito mais do que lhe é mereçido ou nem sequer parte daquilo que mereçia é muitas vezes como uma bebida forte que podendo ser amarga ou ser o alivio necessario , nunca deixa de ter uma ressaca valente pós momento vivido. O T deve estar a viajar mais rapido do que as minhas ideias na estratosfera mas enfim. Depois de uma certa demora em tomar rumo lá fomos para o Bairro Alto eu e o R tal como dois singulares peregrinos a Meca, mortinho mortinho era a atmosfera que se respirava pouco depois da meia noite e mesmo tendo se animado um pouco as hostes e se composto de forma mais alegorica o figurino o certo foi que as duas da manha estava um mar de gente no Largo do Camões a procura de consulidar um plano B para a noite uma vez que pelos visto a noite passa a ser mais curta no bairro para alivio dos morados e desagrado dos bhoemios e todos aqueles que fazem da noite um negocio altamente rentavel, como ja estava a pairar no ar uma certa bruma a qual talvez devido ao contacto com certas matérias etéreas das quais nos careciam os seus justos seguimentos, rumamos deserto a dentro para ir montar a tendo longe das luzes da cidade que tarda mas não falha arrota do seu profundo interior um conjunto de iniciativas todas elas cativantes para quem acima de tudo ainda procura o que fazer mesmo antes de saber como o fazer, por falar em arrotar não posso deixar em claro o facto de o R ter passado a noite a soltar enormes quantidades de Gás Metano para a atmosfera sem a devida consciencia dos seus efeitos na atmosfera quer presente quer a outra que tanta simpatia hoje disperta em todos nós.