Sinto a música e ela pede ao momento tudo aquilo que o preenche, que o torna algo mais do que o memorável Big Bang, desde o fechar os olhos até ao mergulho que é mais do que uma vertigem embriagada do momento, um sacar aquilo que ao começar na pista de dança talvez seja até melhor o corpo nem saber onde acaba, tudo o mais atrás numa órbita que nos aproxima a cada aceleração do ponto em que temos mesmo de ser engolido pelo imenso buraco negro e depois sair do outro lado, abrindo os olhos e começando tudo de novo se possível. Cada vez mais fundo e cada vez mais tempo e de preferência até ser consumido até à quinta essência do nosso ser, mais e mais e mais e mais, para que não possamos dizer que não deixamos lá no fundo, todo o nosso suor e sangue e até o que demais somos feitos, estampado e escarrado numa tatoo no fundo do poço para que só quem nos conhece mesmo possa ver e ter essa imagem particular do que somos. Não o momento vivido mas sim o partilhado, as vezes é aquele um para dois que é muito mais do que o tudo para um só.
A.r.t.
A.r.t.

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