Olho à minha volta e todos o procuram, qual pedra sagrada, paraíso prometido. Talvez seja das questões mais delicadas para a compreensão humana, e daí tão difícil discutir/reflectir sobre a mesma…e chegar a alguma conclusão. Talvez seja prepotência ou ingenuidade minha pensar que posso dissertar a seu respeito…e com isso acrescentar-lhe algo, mas não podia deixar de começar esta saga de devaneios cibernáuticos por me render a esse tão grande lugar-comum/cliché de todo o pseudo-artista/sentimentaloide que se preze…e falar…do amor. Uhhh... Neste caso com “a” minúsculo visto não se tratar daquele sentimento inato que temos, por exemplo, por um pai ou irmão. Sejamos objectivos, pragmáticos: precisamos sentir-nos importantes para alguém. Mais do que importar para alguém. Pode parecer a mesma coisa mas na realidade apenas lidamos com a percepção que temos desse mesmo “conceito”…em último caso podemos ser como o ar que se respira para alguém mas se não tivermos percepção disso – segundo um qualquer padrão que temos como predefinido para o “importar” - então de pouco ou nada vale. Mas porquê buscar esse reconhecimento da nossa existência, das nossas conquistas ou simplesmente de quem somos, enquanto primatas um pouco mais “civilizados”, nas outras pessoas? Em que passo da nossa evolução enquanto seres sociais/racionais (ou da nossa consciência) isto ganhou forma e se tornou uma realidade? Porque insistimos nesta herança mais cultural do que genética de que existe ou deverá existir algures uma cara-metade ou alma gémea que trará significado à nossa existência? Românticos incondicionais?? (apesar de muitos usarem todo e qualquer subterfúgio para fugir á definição) Ou incondicionalmente estúpidos? Desde quando é que o amor nos traz algum proveito enquanto mecanismo de perpetuação da espécie? Ou mesmo que proveito nos traz enquanto individuos? A paixão ainda se compreende, anos e anos de evolução que culminaram nesse tão famoso e ambicionado "instinto" de sobrevivência que nos põe ali os “sininhos” todos a tocar e a badalar como que a dizer-nos que temos diante de nós um belíssimo “pool” de genes e que nos devemos apressar a fazer filhinhos…isso sim. Compreende-se. Há que ser humilde e aceitar a todo o custo a vontade de Deus Nosso Senhor e melhorar o património genético da espécie para dificuldades vindouras. Agora esse dito amor…nonsense, demasiado vago para tomar a importância que lhe dão. Será isto um sinal de um longo caminho que ainda temos de percorrer até nos podermos realmente intitular de racionais? (Será esse o caminho..?) Por tudo isto , e para já, toca a atingir outro grau de consciência e a reconhecer a inutilidade do dito sentimento. E toca - já agora - o iluminado que o conseguir, de me explicar como o fez. Sff. Abraços
a.R.t
a.R.t

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