quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
O Tejo é mais Belo
«O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.»
(O Guardador de Rebanhos. Caeiro, Alberto)
a.r.T.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O Inverno este ano veio rigoroso para me atormentar, se abrir a janela nuvens e chuva lá fora, se a deixar fechada nuvens no quarto e chuva na cama. Trouxe a resignação dos dias curtos e dos candeeiros acessos às quatro da tarde, a leve esperança de um dia de sol amanhã e, daqui a nada, o cobertor nas pernas.
A chuva cai obliquamente e eu nesta lassidão, submetido a uma quietude e abandono do corpo e da alma, rendo-me sem uma queixa.
a.r.T.
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