quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Ouves o murmúrio do amor?


Tu. Nada mais. Tenho ciúmes de tudo o que se move em teu redor, de tudo o que te toca. Tenho ciúmes até da chuva que te molha. Um sentimento sufocante, cúmplice de uma loucura que me cega. Por vezes ustório. Queima e num intenso braseiro transforma em cinzas tudo aquilo que fantasio.

Seres minha, eu ser teu. Será isso condição? Dar-me, entregar-me, ter-te, possuir-te. Sermos um só. Beijar o teu corpo nu. Mergulhar em ti e afogar-me profundamente. Tocar-te com dedos de devaneio. Perder-me contigo em lençóis de fantasia. Ser prisioneiro das tuas mãos.

Neste quarto estreito, sonho e perco-me. Sinto-me, por vezes, a afastar da realidade em que estou e voar para junto de ti. Infelizmente sei que não é mais do que uma vontade alada que tem uma longa corda atada aos pés, que ao tornar-se consciente faz-me regressar num ápice à triste realidade. E então, sinto-me um tolo por sentir. Dá-se em mim um nó que não mais se desata. E sem reacção sufoco, preso em barras de ilusão.

Vem ao meu encontro e deixa-te ficar... ou então deixa-me. Deixa-me como sou. Como queria ser. Como nunca serei.


a.r.T.

1 comentário:

Anónimo disse...

Peço imensas desculpas mas não resisti... Tive que plagiar!!! Peço mais uma vez desculpa...
LBF